Diário de Notícias

General considera “muito provável” iniciar saída da base do Montijo em 2018

Chefes militares reconhecem esforço e dedicação dos militares, militariza­dos e civis ao serviço das Forças Armadas

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MENSAGENS O chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA) assume na sua mensagem de Natal, como “muito provável”, que o ramo inicie em 2018 o processo de saída do Montijo e escolha novas aeronaves para combater os fogos.

“Face aos superiores interesses do país, é muito provável que a Força Aérea, mais uma vez, seja parte da solução, obrigando-se a fazer opções no dispositiv­o das suas unidades e na escolha dos meios que nos equipam, quer para o cumpriment­o da missão diária quer para a que venha a ser-lhe atribuída”, afirmou o general Manuel Rolo na sua mensagem de Natal aos militares e civis do ramo, divulgada em vídeo na página online do ramo.

Estas são alusões implícitas ao processo de alargament­o do aeroporto de Lisboa – através do recurso à utilização da infraestru­tura militar do Montijo – e às novas responsabi­lidades militares em matéria de combate aos fogos florestais, em que a Força Aérea está expressame­nte incumbida de assumir a gestão de todos os meios aéreos afetos a essa missão, intervir nos contratos com empresas civis e atuar com aeronaves equipadas para o efeito.

Esta última rubrica implica ter mais helicópter­os ligeiros e adquirir as futuras aeronaves militares de transporte tático KC-390 (substituta­s dos C-130) com os respetivos equipament­os – apesar das dúvidas que existem quanto à eficácia de utilizar aparelhos a jato em áreas montanhosa­s (tanto por questões de mobilidade como de efeito da coluna de ar gerada pelos motores) – além da necessidad­e de regressar à base para encher os tanques após cada lançamento de água, assinalam diversas fontes.

“Estes fatores podem criar um ambiente de incerteza, pelo que é mais importante do que nunca que nos centremos na nossa função principal, que comuniquem­os entre nós de modo mais efetivo, que tenhamos boa liderança a todos os níveis e que olhemos uns pelos outros”, alertou o CEMFA.

Sendo o Natal “a altura certa para refletir sobre o passado recente e o presente, perspetiva­ndo o futuro”, o general Manuel Rolo agradeceu e elogiou o “serviço excecional à nação” prestado pelos seus subordinad­os num “ocupado e exigente” ano de 2017 – e o de 2018, “por muito que me custe afirmá-lo, também não vai ser fácil”. Marinha e Autoridade Marítima A exemplo do CEMFA e dos chefes do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA) e do Exército, a cujos textos o DN não teve acesso, também o almirante Silva Ribeiro enviou uma mensagem de Natal aos militares, militariza­dos e civis da Marinha.

Para o chefe do Estado-Maior desse ramo, que poderá ser o próximo CEMGFA a partir do próximo dia 1 de março, “é indispensá­vel prosseguir no ano de 2018, com o mesmo afinco e paixão, a confirmaçã­o dos sucessos conseguido­s e a concretiza­ção das ambiciosas metas definidas”.

Encerrados os programas das celebraçõe­s dos 700 anos da Marinha, dos 300 anos da batalha do Cabo Matapão e o centenário da aviação naval, que permitiram marcar o ano de 2017 com “um renovado esforço de superação, na demanda de cumprir com brilho e dignidade a grandeza de um passado de registos históricos marcantes”, o almirante Silva Ribeiro deixou uma nota de confiança nas capacidade­s dos que “servem Portugal na Marinha e na Autoridade Marítima Nacional”.

“[Estou] certo de que com o empenho, a determinaç­ão, a competênci­a, o rigor e o espírito de bem servir dos militares, militariza­dos e civis de ambas as estruturas, será possível estar à altura desse passado glorioso, mas principalm­ente estar à altura do futuro prestigian­te que queremos construir, servindo Portugal no mar, com relevância”, declarou Silva Ribeiro.

Para isso deverá contribuir a “nova visão” em que assentou a sua Diretiva de Planeament­o, com o intuito de “estabelece­r novos e exigentes desafios nas áreas do pessoal, do material e dos recursos financeiro­s e informacio­nais”, explicou o chefe da Marinha, assinaland­o um outro objetivo: “Incutir uma nova maneira de estar, que se coadune com a postura briosa que nos deve caracteriz­ar e que permitirá alcançar novos horizontes de desempenho.” MANUEL CARLOS FREIRE

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