Itália a votos com novo sistema e muita divisão
Com a banca em situação preocupante e dívida nos 135%, Itália prepara-se para ir a votos e vários são os rostos já na corrida
Itália prepara-se para ir a eleições, provavelmente em março de 2018, no dia 4 ou no dia 11. O escrutínio deverá ser anunciado pelo presidente Sergio Mattarella entre o Natal e o Ano Novo, segundo as agências internacionais. Os partidos políticos aquecem já os motores e vários candidatos a primeiro-ministro perfilam-se para entrar na corrida eleitoral. A ocasião servirá para testar o novo sistema eleitoral misto, aprovado em outubro, depois de um conturbado processo de emendas e da votação de moções de confiança como forma de contornar o voto secreto e conseguir aprovar a nova lei. Se tivesse perdido as votações, o primeiro-ministro Paolo Gentiloni teria de se demitir do cargo (como fez o seu antecessor Matteo Renzi, também do Partido Democrático, depois de sair derrotado do referendo constitucional realizado há precisamente um ano em Itália. O novo sistema eleitoral é contestado pelo Movimento 5 Estrelas, eurocético, por considerar que o desfavorece. O partido de Luigi di Maio surge em primeiro nas sondagens. Num recente estudo Ixe, o 5 Estrelas recolhe 29% das intenções de voto, seguido do Partido Democrático de Renzi com 22,8%%. Em terceiro, a Força Itália de Silvio Berlusconi, com 16,2%, e em quarto a Liga Norte de Matteo Salvini com 12,1%. Na quinta posição o Livre e Igual, do ex-juiz Pietro Grasso, com 7,3%, na sexta os Irmãos de Itália da jornalista Giorgia Meloni, com 5%, e, em último lugar, está a Alternativa Popular da ministra Beatrice Lorenzin, com 1,2%. Com o novo sistema, dificilmente algum partido terá mais de 40% dos votos e será preciso negociar coligações. A questão é saber quais, uma vez que há divisões tanto à esquerda como à direita no espectro político. A atual situação económica de Itália não é propriamente a melhor. O país tem a segunda maior dívida pública da zona euro a seguir à Grécia: cerca de 135% do PIB. E a situação da banca também não é saudável e tem suscitado preocupação nos mercados e na UE.