O ex-juiz antimáfia que rompeu com Renzi
Descontente com o caminho que o Partido Democrático de Matteo Renzi está a seguir, Pietro Grasso, atual presidente do Senado italiano, decidiu criar um novo partido de centro-esquerda. O Livre e Igual nasceu neste mês e conta com o apoio de figuras como o ex-primeiro-ministro Massimo d’Alema e o antigo secretário-geral do PD Pierluigi Bersani. “Um homem apenas rodeado de sim senhores não pode ter sucesso”, afirmou o senador, numa referência a Renzi, que acusa de não saber delegar. “O PD já não existe”, acrescentou ainda o ex-procurador e ex-juiz antimáfia, de 72 anos. Uma das figuras de topo da luta contra a Cosa Nostra, Grasso teve a seu cargo, em 1980, a investigação do assassínio de Piersanti Mattarella, na altura presidente da Sicília e irmão do atual chefe do Estado italiano, Sergio Mattarella. Cinco anos depois, foi nomeado para o coletivo de juízes do primeiro megaprocesso contra a máfia siciliana, com 475 acusados. Foi então que iniciou uma estreita colaboração com os famosos magistrados antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, que foram mortos em 1992. Após este processo, Grasso continuou ligado à luta contra a máfia, como procurador de Palermo, procurador adjunto e procurador da Diretoria Nacional Antimáfia. Carreira que só abandonou em 2012.