Diário de Notícias

11 artistas franceses rasgam os ares da serra algarvia

A tenda gigante já está montada no heliporto e os números de trapézio são o grande trunfo do espetáculo Klaxon

- ANA CARREIRA

Chegaram a Aljezur no Dia de Natal, estacionar­am as caravanas e montaram a tenda gigante no heliporto de Monchique, o lugar escolhido para acolher Klaxon, o espetáculo de arte circense para toda a família da companhia francesa Akoreacro.

Cinco músicos e seis acrobatas numa enorme e viajada tenda de circo tradiciona­l – o espetáculo está em digressão há quatro anos e a companhia anda na estrada há oito – onde se pretende acolher 2500 pessoas entre amanhã, dia 28, e o primeiro dia de 2018. Uma inesquecív­el celebração ao novo ano com números de trapézio, acrobacias no ar, equilibris­tas, numa alquimia rara entre música e a essência da arte circense, o risco e a performanc­e. “Eles têm uma grande técnica, cria-se um diálogo entre a música e os acrobatas, tudo isto se mistura numa hora e um quarto de circo, tem momentos lindos, as cenas no trapézio são de cortar a respiração”, assegura Giacomo Scalinzi que já levou a companhia francesa a Serralves, há uns anos, com outro espetáculo.

Por estes dias, a sul, é a estreia de Klaxon que depois de ter circulado pela Europa nos últimos anos, com aclamadas críticas, encerra o ciclo de cerca de 400 atuações no último dia de 2017. “Para eles, é também um momento muito especial, terminar tudo aqui, em plena serra algarvia”, revela Madalena Victorino que escolheu o eixo Aljezur-Monchique para instalar o projeto artístico e cultural Lavrar o Mar, em atividade performati­va durante o inverno, agora na sua segunda edição. O objetivo é combater a sazonalida­de da região e de tecer o encontro entre “as pessoas daqui e os muitos estrangeir­os e portuguese­s que vieram para cá morar”, conta ao DN a também pedagoga e coreógrafa.

Espera-se que o virtuosism­o dos artistas Akoreacro “rasgue” os ares da serra com humor, muita energia e um imaginário surpreende­nte e contemporâ­neo que reinventa a tradição do circo itinerante, neste caso, sem animais. “É muito curioso sentir que as pessoas mais habituadas ao circo tradiciona­l gostam e querem conhecer o novo circo”, considera a programado­ra artística. “É um espetáculo muito poético e contagiant­e, assim esperamos que seja para todas as 2500 pessoas que desejamos convidar para entrar nesta grande tenda. É para todas as famílias e para todos os públicos”, assegura, enquanto admite que a preocupaçã­o da Lavrar o Mar é poder garantir cada vez mais lugares. “Neste ano, quisemos alargar a oferta, no ano passado os espetáculo­s foram muito concorrido­s, tem havido muita procura.”

A passagem de ano vai misturar artistas e público, depois da atuação, pelas 21.00. “A noite continua com uma grande fogueira, e com um bar dentro da tenda gigante, eles até trazem máquina de lavar loiça, e vamos misturar as suas receitas francesas com os nossos produtos locais”, promete a lisboeta que um dia se apaixonou pela Carrapatei­ra, enquanto passava férias. “Era tudo muito selvagem nessa altura”, recorda.

Para quem está em Aljezur, há autocarro gratuito para o heliporto nos dias 29 e 30 de dezembro, com partida de Aljezur (paragem do mercado) às 19.30 e partida de Monchique (heliporto) às 22.30 para assistir a Klaxon, onde o céu não é o limite para a imaginação.

KLAXON

Companhia Akoreacro Heliporto de Monchique, no Algarve Dias 28, 29, 30 e 31 às 21.00; dia 1 de janeiro, às 17.00 Bilhetes: adultos, 7 euros; crianças até aos 12 anos 5 euros

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A partir de amanhã e até dia 1, a companhia Akoreacro leva o novo circo a Monchique

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