O maior sucesso do ano chega à televisão
Velocidade Furiosa 8, depois do cinema, chega sexta-feira aos canais TVCine & Séries
787 mil espectadores nos cinemas, mais de 4,3 milhões de euros de receita. Velocidade Furiosa 8, de F. Gary Gray, mesmo sem a antiga estrela, PaulWalker, voltou a ser um fenómeno de popularidade em Portugal, superando em larga escala os filmes de super-heróis e mesmo o novo Star Wars, Os Últimos Jedi que mesmo com uma boa entrada (muito superior a Rogue One, o anterior Star Wars) não tem hipóteses de rivalizar com esta performance.
O filme chega agora à janela televisiva, tendo estreia marcada dia 29 às 21.30 no TVCine 1, o canal codificado de cinema. Importa perceber razões do sucesso, um sucesso que em Portugal atinge proporções inimagináveis – nos EUA esteve longe de ser o Fast mais rentável... Explicações concretas talvez não existam, apenas perguntas para o ar. Estaremos numa fase em que os espectadores querem sobretudo fantasias motorizadas que promovam uma ideia de heroísmo masculinizado? Os portugueses preferem filmes despretensiosos que não os obriguem a pensar? Ou o tunning é o amor secreto de todos nós? Uma coisa é certa, as salas dos centros comerciais não enchem pelos nomes dos atores. Por exemplo, este ano estreou-se Xx - O Regresso de Xander Cage, veículo de ação para Diesel, e os resultados não foram nada do outro mundo. O efeito Charlize Theron? Nem pensar, Atomic Blonde - Agente Especial, que tinha a sul-africana em grande a distribuir pancadaria para todos os gostos e a fugir em altas perseguições de automóvel, foi mesmo uma das desilusões das bilheteiras de verão. O que atrai em
Velocidade Furiosa é um efeito de marca. Os portugueses gostam desta família de assaltantes, gostam realmente das personagens e fazem questão em acompanhar a sua saga. É como se fosse uma telenovela para uma geração que na última década glorificou Toretto e companhia. Há uma familiaridade que o franchise 007 não provoca.
Depois, não menos importante, o marketing da Universal, em Portugal, fez o seu trabalho muito bem feito. Atacou corretamente a demografia dos potenciais espectadores, fez eventos perto dos centros comerciais e pensou nos subúrbios. Curiosamente, Velocidade Furiosa 8 é servido por uma das histórias menos plausíveis de todas da saga e tem um cineasta mais tarefeiro do que o habitual (o anterior tinha no comando o muito respeitável James Wan), imaginando que o herói Toretto atraiçoe a sua família e o seu gangue para servir uma vilã nova. Isso não importa, este oitavo tomo é julgado pelos fãs pelo impacto das cenas das perseguições dos carros e pela escala dos duplos. Não importa mais nada.