Vieira da Silva apoiado por instituições de solidariedade
Carta para ministro foi dada a conhecer ao Presidente e ao primeiro-ministro. Instituições e misericórdias prometem intervenção
geral, anterior à sua ida para o governo, e por alegados apoios e “aparentes privilégios” (para usar uma expressão crítica do CDS) dados à associação já como governante. A ex-presidente da Raríssimas, Paula Brito Costa, é acusada de uso indevido de dinheiros.
Criticando a “ofensiva” dirigida contra o ministro, Lino Maia e Manuel de Lemos preferem sublinhar o facto de Vieira da Silva ser “um exímio intérprete daquilo que devem ser tanto as funções de um Estado que se pretende social como do que devem ser as responsabilidades das organizações chamadas a ser parceiras na construção de um devir melhor para todo”.
O presidente da CNIS apontou ao DN, “a título pessoal”, que, “consciente ou inconscientemente, quis-se macular um homem que está acima de qualquer suspeita”.
Estas instituições prometem continuar a intervir para que o caso da Raríssimas não deixe mácula no chamado terceiro setor da economia social. Depois de uma reunião com o Presidente da República, no Porto, a 15 de dezembro, o padre Lino Maia afirmou: “Não vamos parar por aí a nossa intervenção.” E justificou com a necessidade de distinguir o trigo do joio. “Há cerca de cinco mil instituições, que já são extremamente fiscalizadas”, apontou, e o caso da Raríssimas “não pode ser motivo para dizer que tudo está mal”.
Quando da reunião de 15 de dezembro, foi publicada uma nota informativa no site da Presidência da República em que se diz que Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou “a ideia de não poder ser feita uma generalização destes casos, pois está convicto de que a grande maioria” das instituições de solidariedade “trabalha de forma séria e dedicada, merecendo a confiança dos portugueses no voluntariado e no trabalho dessas instituições sociais”.
Na ocasião, segundo a nota, “o chefe do Estado destacou a necessidade de complementaridade entre o Estado e o setor social e solidário”, cabendo ao primeiro “assegurar um acompanhamento rigoroso e próximo do funcionamento” do segundo, “na qualidade dos serviços prestados” e “no bom e rigoroso uso dos fundos públicos”.
Presidente recebeu as entidades e sublinhou “a ideia de não poder ser feita uma generalização” de casos de desvio de fundos