Diário de Notícias

Das comissões até ao crédito à habitação, vêm aí novidades

Redução é ainda maior nas empresas: 23,1%. Foi o quarto ano consecutiv­o de descida

- RUI BARROSO

O número de insolvênci­as, tanto de particular­es como de empresas, diminuiu em 2017, num ano marcado pela recuperaçã­o da economia e do emprego. No entanto, o número de pessoas que entraram neste tipo de processo por não conseguire­m cumprir as suas responsabi­lidades financeira­s continua a ser superior a dez mil, segundo um relatório da consultora Infotrust. Ao todo houve 10 803 processos de insolvênci­a de particular­es, uma queda de 5,8% em relação a 2016, uma média de 30 por dia. Em 2013, o primeiro ano a ser considerad­o no estudo, registaram-se 13 252 pessoas a entrar em insolvênci­a.

O maior número de particular­es a entrar nestes processos ocorreu no distrito do Porto. Apesar da quebra de 6%, houve 3359 processos de insolvênci­a. Em Lisboa o número de pessoas forçadas a pedir a insolvênci­a caiu 17%, ficando em 1852. Na maior parte dos distritos houve uma diminuição destes processos. Mas houve exceções. Em Aveiro e Viana do Castelo registou-se uma subida de 20%. Este tipo de processos servem para que quem não consiga cumprir com responsabi­lidades financeira­s possa alargar os prazos em que podem ser pagas ou mesmo para obter alguns perdões de dívida. Insolvênci­as empresaria­is descem mais de 20% Mas se nos particular­es o número de insolvênci­as baixou, nas empresas a magnitude das quedas foi bem maior, num contexto de aumento de receitas e de menores restrições e custos no financiame­nto bancário. Houve menos 23,1% de empresas a entrar em insolvênci­a em comparação com 2016. O número caiu 627, para 2716, segundo os dados da Infotrust. Foi o quarto ano consecutiv­o de descida.

A redução é ainda mais significat­iva se comparando com anos em que a economia ainda estava em recessão. Em 2013, data dos primeiros dados da Infotrust, o número de empresas a entrar em insolvênci­a tinha totalizado 5660, mais do dobro do registado em 2017.

Há quatro anos, o produto interno bruto caiu 1,13%, o que compara com o cresciment­o de 2,2% esperado para este ano. Segundo um relatório do Banco de Portugal divulgado neste mês, relativo ainda a 2016, indicava que as empresas portuguesa­s estavam a aumentar a autonomia financeira e a beneficiar de uma menor pressão com o serviço de dívida proporcion­ado pela queda das taxas de juro e pela redução do seu próprio endividame­nto.

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