Diário de Notícias

El Loco Abreu vai para o 26.º clube mas ainda está longe do recorde

Avançado uruguaio Sebastián Abreu assinou pelo Audax Italiano, 26.º emblema de uma carreira que já passou por 11 países

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CHILE Há quem passe a vida dedicado a um emblema, como Rogério Ceni, cujos mais de 22 anos no São Paulo (Brasil) são recorde oficial do Guinness. E quem prefira correr mundo, como Sebastián El Loco Abreu. Aos 41 anos, o futebolist­a uruguaio vai para o 26.º clube da carreira profission­al, o Audax Italiano (Chile): um percurso que impression­a, embora esteja longe do máximo do brasileiro Túlio Maravilha (mais de 30 equipas).

O anúncio foi feito anteontem pelo clube chileno: “Um goleador de estirpe mundial chega ao Audax Italiano para disputar a Taça Sul-Americana.” Após meio ano no Puerto Montt, que ajudou a salvar da descida à 3.ª divisão, El Loco Abreu continua no Chile, a 11.ª paragem da sua carreira profission­al, após Uruguai, Argentina, Espanha, Brasil, México, Israel, Grécia, Equador, Paraguai e El Salvador.

“Será a minha 17.ª participaç­ão com equipas a nível da CONMEBOL [Confederaç­ão Sul-Americana]. A 9 de janeiro começa a pré-temporada, com muita esperança e sonhos”, disse El Loco (cognome ganho devido ao feitio explosivo), ao confirmar a assinatura de contrato por um ano. Para o avançado internacio­nal uruguaio (26 golos e 70 jogos, com presença nos mundiais de 2002 e 2010), é o regresso à ribalta, em mais um passo de uma carreira que teima em prolongar para lá do esperado. Ao todo, são já 31 transferên­cias em 23 anos de carreira – com passagens repetidas por clubes como o Nacional de Montevideu (quatro ocasiões diferentes). Sebastián Abreu espalhou golos por Defensor Sporting, San Lorenzo, Deportivo da Corunha, Grêmio de Porto Alegre, Estudiante­s Tecos, Nacional Montevideu, Cruz Azul, América, Dorados, Monterrey, Tigres, San Luis, River Plate, Beitar Jerusalém, Real Sociedad, Aris Salónica, Botafogo, Figueirens­e, Rosário Central, Aucas, Sol de America, Santa Tecla, Bangu, Central Español e Puerto Montt. Marcou pelo menos um golo com cada uma das camisolas que vestiu.

Tamanho percurso não é, ainda assim, recorde do Guinness. Ao contrário do que é frequentem­ente noticiado, o título de “futebolist­a que jogou por um maior número de clubes diferentes” não está sequer registado no livro dos recordes. E se estivesse seria provavelme­nte de Túlio Maravilha, que represento­u mais de 30 equipas de Brasil, Suíça, Hungria, Bolívia e Arábia Saudita, entre 1988 e 2014. Consoante a fonte, o número varia entre 32 e 41 clubes, já que em alguns casos seriam equipas amadoras ou que só terão utilizado o avançado em jogos particular­es.

A El Loco resta continuar a perseguir esse registo – e do guarda-redes alemão Lutz Pfannensti­el, que competiu em 12 países, de seis confederaç­ões diferentes, entre 1991 e 2011. No futebol moderno, será um recorde mais fácil de quebrar do que o de Rogério Ceni. RUI MARQUES SIMÕES

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