Leão vestiu-se de gala mas sofreu para passar à final four
Jorge Jesus apostou na equipa base (à exceção de Gelson), mas o Belenenses dificultou ao máximo a tarefa dos leões no Restelo, lutando pelo apuramento até ao último minuto
O Sporting garantiu ontem o apuramento para a final four da Taça da Liga, ao empatar a um golo no Restelo diante do Belenenses. Os leões até se vestiram de gala (dos titulares apenas Gelson Martins ficou no banco), mas a equipa de Domingos Paciência dificultou ao máximo a tarefa a Jorge Jesus – teve mesmo as melhores oportunidades no segundo tempo.
Jesus apostou praticamente no seu onze habitual, dando descanso a Gelson e colocando Podence no seu lugar. A cinco dias do dérbi na Luz, o técnico dava um claro sinal de que o apuramento para a final four da Taça da Liga era um objetivo claro. Do outro lado, os azuis não se assustaram com o onze de gala do adversário, onde até Patrício estava na baliza, pois também lutavam pelo apuramento.
O Sporting começou por tomar conta das operações, povoando o meio-campo contrário. Mas o Belenenses soube fechar-se bem, revelando uma atitude muito competitiva, algo que fez que nos primeiros 45 minutos se assistisse a um jogo intenso. Muita velocidade, alguns bons lances, mas faltou maior acerto no ataque de ambos os lados. Os leões tiveram mais oportunidades na primeira parte; nos azuis só um remate de Fredy assustou Rui Patrício, que ontem igualou os 436 jogos de Vítor Damas. E o intervalo chegou com o marcador a zeros.
Para o segundo tempo, a maior expectativa era perceber se o Belenenses iria entrar com o mesmo espírito e ritmo, depois da intensidade que colocou na primeira metade. Conhecedores de que uma vitória poderia servir para apurar a equipa para as meias-finais da prova, a equipa de Domingos começou melhor e nos primeiros dez minutos da segunda parte Maurides teve duas grandes ocasiões para marcar.
O Sporting apresentava-se algo lento, jogava mais na expectativa, até porque o empate bastava para o apuramento. Mas Jorge Jesus sentia que tinha de fazer algo para dar uma nova alma à equipa, de forma a que o jogo não se transformasse numa roleta-russa, com um golo do Belenenses a colocar em risco o apuramento. E por isso lançou Gelson Martins aos 56’.
O jovem extremo deu vivacidade à equipa, libertando mais Bruno Fernandes no meio, mas as bolas raramente chegavam em condições ao matador Bas Dost. O Sporting estava melhor, mas continuava a faltar eficácia no ataque. As grandes oportunidades surgiram, essencialmente, em remates à entrada da área. E os sustos na defesa continuavam.
Mesmo com Gelson, o Belenenses não tirou o pé do acelerador. A equipa do Restelo foi obrigada a abrir mais espaços atrás, mas jogou sempre com os setores muito próximos, o que garantia mais apoio na frente a Maurides, onde era muito bem municiado por Fredy. Valeu aos leões um inspirado Mathieu, que tapava todos os buracos da defesa verde e branca.
Num desses lances em que o Belenenses saiu para o ataque, uma bola perdida no meio-campo permitiu um ataque veloz do Sporting. E, numa jogada individual, Acuña inaugurou o marcador numa bomba fora da área. Os azuis empataram logo a seguir num autogolo de Coates. Continuava vivo o jogo no Restelo. Maurides teve o golo nos pés aos 81’, mas o Sporting fechava-se bem nestes instantes finais a defender o empate, com Battaglia e William a serem preciosos no meio-campo defensivo.
O jogo ficou ainda marcado por um desentendimento entre Fábio Coentrão e Acuña, com William a ter de separar os dois colegas.
REAÇÕES “O Coentrão estava com problemas musculares. Fora do dérbi? Não sei, o médico vai dizer” JORGE JESUS TREINADOR DO SPORTING “Há faltas de clube grande e de clube pequeno. Houve dois lances na área que deixam dúvidas” DOMINGOS PACIÊNCIA TREINADOR DO V. SETÚBAL