Benfica reage a primeira parte horrível e minimiza estragos antes do dérbi
Vit. Setúbal justificou o apuramento que já tinha garantido para a final four, num jogo em que o Benfica voltou a sofrer golos de bola parada e a ter problemas na baliza
Além de cumprir calendário, o jogo de ontem entre Vitória de Setúbal e Benfica serviu para confirmar também o mérito do apuramento sadino para a final four da Taça da Liga e para reforçar a evidência de uma época atribulada para os encarnados, que arriscaram sair do Bonfim com o ânimo estragado para o dérbi que aí vem. Salvou-se a reação na segunda parte, a assegurar um empate que minimiza estragos.
Com um jogo crucial frente ao Sporting a anunciar-se logo de entrada no novo ano que aí vem, Rui Vitória não quis aproveitar o último jogo de 2017 para nenhuma espécie de ensaio geral. O técnico encarnado deu palco às segundas linhas – a alguns pode ter sido mesmo pela última vez – e reservou os habituais titulares para quarta-feira.
Jogadores como André Almeida, Grimaldo, Fejsa, Salvio ou Jonas nem no banco estiveram. E isso permitiu-lhes sair incólumes de mais uma primeira parte horrível da equipa encarnada, onde dificilmente as coisas poderiam ter corrido pior aos campeões nacionais.
Rui Vitória viu nomes como Douglas, Filipe Augusto ou Samaris voltarem a deixar fortes interrogações sobre a respetiva validade no plantel benfiquista; viu o 4x3x3 implementado esta época mergulhar na confusão que tem sido nota dominante no futebol da equipa; viu sofrer mais dois golos de bola parada de forma desastrada (todos os cinco golos sofridos na prova foram em cantos ou livres); e viu ainda regressar a instabilidade à baliza, com o jovem belga Svilar a sair lesionado após chocar com o poste no lance do 1-0 e Bruno Varela a sair completamente em falso dos postes no lance do 2-0, logo na sua primeira intervenção em campo.
Salvavam-se alguns pormeno- res de Rafa e Zivkovic, dois misteriosos casos de subaproveitamento neste Benfica, mas os encarnados recolheram ao intervalo com a perspetiva de um réveillon mais deprimido antes do jogo que lhes pode definir o resto da temporada, vergados aos golos de Vasco Fernandes e Pedro Pinto para os sadinos, que se limitaram a aproveitar bem a desorientação das águias.
Conseguiu, no entanto, o Benfica, na segunda metade, minimizar o impacto pernicioso de um jogo “a feijões”. Conseguiu-o sem melhorar sequer muito o futebol produzido, mas com uma gestão mais capaz tanto da bola como dos espaços, anulando a capacidade do V. Setúbal em chegar com perigo em contra-ataque. No espaço de seis minutos, entre os 52 e os 58’, o Benfica chegou ao empate, em lances que partiram de belos passes de Rafa, primeiro, e Zivkovic, depois. No 2-1, decisiva a espetacular “roleta” de João Carvalho sobre um adversário, na área, antes de oferecer a Seferovic o regresso aos golos. No 2-2, Rúben Dias surgiu ao segundo poste a assinalar o regresso aos relvados com o seu primeiro golo pela equipa principal. Agora, sim, venha o dérbi de Ano Novo.
REAÇÕES “Sofremos dois golos que não podemos sofrer. Em duas bolas paradas o Vitória faz dois golos. Esse foi o problema deste jogo” RUI VITÓRIA TREINADOR DO BENFICA