Sporting e FC Porto juntos contra “dia histórico” do G15
Propostas do grupo de clubes à margem dos grandes foram aprovadas. Bruno de Carvalho e Pinto da Costa abandonaram em protesto
Sporting anunciou que suspende funções na direção da Liga e estuda impugnação da assembleia geral extraordinária
O G15 ganhou esta batalha – num dia que o presidente do Sp. Braga, António Salvador, apelidou de “histórico” para o futebol português – mas Sporting e FC Porto prometem vir a endurecer a “guerra” contra o grupo que agrega os clubes da I Liga que não os três grandes. Os leões anunciaram mesmo a suspensão de funções na direção da Liga e estão a estudar o pedido de impugnação da assembleia geral extraordinária do organismo realizada ontem no Porto, na qual o G15 fez vingar as suas propostas.
Já se previa uma reunião “quente”, no último dia útil de 2017, mas resultou mesmo em rápida rutura, com Sporting e FC Porto a assumirem o choque frontal com o G15. Bruno de Carvalho e Pinto da Costa abandonaram os trabalhos, ao início da tarde, com o presidente leonino a atacar, posteriormente, via Facebook, aquilo que chamou de “cobardia”, enquanto o líder portista saiu com um desafio ao G15, em declarações aos media presentes: “Provoquem eleições e tomem conta da Liga.”
Na base desta posição está o facto de os restantes clubes não terem aceitado a inclusão das propostas de Sporting e FC Porto. “O que está em causa não é votar ou não nas propostas, é admiti-las. Querem substituir a direção da Liga? Querem conversa e diálogo e depois não aceitam as propostas dos outros. É um bocado esquisito, a mim parece mais um monólogo”, criticou Pinto da Costa, à saída da Liga.
“Este autodenominado G15 - 3, decidiu substituir-se à Liga e fazer propostas diretamente numa AG, mas numa total hipocrisia, que denunciei in loco, “apelando ao diálogo” quando nunca o quiseram”, apontou, por sua vez, Bruno de Carvalho, no Facebook.
No final da assembleia, com as propostas aprovadas, António Salvador, um dos principais impulsionadores do G15, frisou que se fez ontem “história no futebol português”, garantiu que este movimento de clubes “não quer excluir ninguém”, mas também não poupou críticas a Sporting e FC Porto, em contraponto com os elogios à “postura corretíssima do Benfica”. “Ficou demonstrado que para determinados clubes ou se aprova o que eles querem ou não querem nada”, referiu, denunciando ainda o que qualificou de “pressão e quase coação durante a semana”.
Propostas aprovadas Entre as propostas aprovadas ontem, destaque para as novas regras de empréstimos: os clubes do mesmo campeonato só poderão emprestar no máximo até seis jogadores e apenas um por emblema.
O sorteio dos campeonatos passará a ter apenas condicionantes “geográfica e de segurança” – Sporting e Benfica, FC Porto e Boavista, ou Sp. Braga e V. Guimarães nunca jogam em casa na mesma jornada.
Ao nível do sistema do videoárbitro, foi aprovado que em cada estádio todos os jogos da época terão o mesmo número de câmaras.
Foram ainda aprovadas alterações nas taxas de transmissão televisiva e, no regulamento disciplinar, os dirigentes que tiverem três suspensões na mesma época “deixam de poder ir aos estádios na condição de visitado ou visitante”.
As alterações são válidas a partir da próxima época, se ratificadas em assembleia geral da FPF.