PSD e CDS atacam governo. PCP e BE pedem investimento no interior
Partidos da oposição aproveitaram a mensagem de Marcelo para apontar falhas no executivo de António Costa
Os partidos da oposição aproveitaram a mensagem do Presidente da República para fazer críticas duras ao governo de António Costa. Ao invés, os da esquerda que suportam o executivo fizeram o mesmo, mas apontaram baterias ao anterior governo PSD-CDS. O PS só hoje reagirá.
O secretário-geral do PSD lembrou as “tragédias demasiado pesadas”, num “Estado que falhou”, para de seguida dizer que “há muito a fazer no combate à desigualdade e à pobreza”. José Matos Rosa frisou que, nesta altura, “Portugal podia e devia estar muito melhor” e que “há austeridade escondida” que põe em causa setores como a educação e a saúde. Criticou ainda o aumento dos bens no início do ano. “Sobrecarregar os portugueses com impostos é a única estratégia deste governo”, disse.
Para o CDS, pela voz de Nuno Melo, o governo não teve qualquer crédito no que de bom aconteceu em 2017. Aquilo que Portugal teve de positivo foi, defendeu, graças à “conjuntura económica internacional”, às “reformas estruturais” levadas a cabo pelo anterior governo PSD-CDS, “até 2015”, e à “explosão do turismo”.
Segundo o eurodeputado, “naquilo que dependeu do governo, o país não esteve bem”, disse, recordando os incêndios, em que “respondeu tarde e respondeu mal”, “no atendimento aos hospitais [em que] tudo se degradou” e no “desperdício absurdo” que revelou o caso da Raríssimas.
Já para Marisa Matias, do BE, Marcelo “fez uma boa leitura do que foram os avanços” registados no país, em termos económicos e sociais, não deixando de notar que o Presidente da República sublinhou que é necessário “continuar a investir”, porque continua a “haver muita pobreza” e é necessário “investir nos serviços públicos”, para que o crescimento económico seja colocado ao “serviço das pessoas”. A eurodeputada bloquista recuperou o discurso do seu partido, nos últimos meses, da necessidade de acorrer agora aos serviços públicos, depois do seu “desmantelamento” nos anos da troika. Para Marisa Matias, “o Estado falhou”, sendo agora tempo de “investir a sério no Interior, na proteção civil” – “e aí sim estaremos a falar na necessidade de reinvenção”, apontou.
Pelo PCP, João Dias Coelho defendeu “resposta imediata” aos problemas das populações afetadas pelos incêndios, tragédias que “têm causas de décadas”, que provocaram a desertificação e o abandono da floresta. O membro da comissão política comunista defendeu que em 2018 se deve manter a reposição dos direitos e rendimentos dos trabalhadores. P.S. e M.M.