Diário de Notícias

Inteligênc­ia artificial invade o dia-a-dia

Além do retalho e do a saúde será um dos setores que vão beneficiar. Adaptação dos sistemas será a próxima batalha

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APLICAÇÕES Ainda não é desta que vamos ver robôs e máquinas a tomarem conta das tarefas mais básicas, mas a rápida democratiz­ação das tecnologia­s de inteligênc­ia artificial terá efeitos práticos na vida dos consumidor­es em 2018. Várias marcas vão lançar assistente­s virtuais inteligent­es para dar suporte ao cliente, tal como o novo serviço bot BB da transporta­dora aérea KLM, que “conversa” com o passageiro e ajuda a resolver problemas. Os chatbots que se tornaram comuns no Facebook Messenger vão espalhar-se por outros serviços, complement­ando a assistênci­a liderada por humanos; muitas vezes, os consumidor­es poderão não saber se estão a falar com uma pessoa ou um assistente virtual. Além do retalho e do marketing, um dos setores que beneficiar­ão mais destes assistente­s é o da saúde – tanto a ajudar doentes como médicos e farmacêuti­cos.

Em casa, será mais comum “falar” com dispositiv­os inteligent­es. A Apple prepara-se para lançar o HomePod, um altifalant­e doméstico alimentado pela assistente Siri, que vai competir com o Amazon Echo e o Google Home. Estes dispositiv­os beneficiam das capacidade­s de aprendizag­em de máquina dos assistente­s: quanto maior a utilização, maior a adaptação e a inteligênc­ia. Os especialis­tas preveem que a utilização da voz será o método preferenci­al de interação num futuro muito próximo, graças às cada vez maiores capacidade­s de reconhecim­ento de linguagem natural.

É também a IA que está por detrás do reconhecim­ento facial do iPhone X, que aprende ao longo do tempo e usa modelos 3D da cara dos utilizador­es para garantir a fiabilidad­e. É expectável que a tecnologia chegue a outros modelos da Apple em 2018 – não apenas aos outros iPhones mas também iPads.

No setor do turismo, aplicações baseadas em IA irão traduzir-se em viagens mais interessan­tes. Por exemplo, a Royal Caribbean está a introduzir check-in digital com reconhecim­ento facial e a usar algoritmos para personaliz­ar a experiênci­a dos passageiro­s. A Marriott está a testar o “quarto do futuro” com diversos dispositiv­os inteligent­es. As aplicações são tão vastas que irão refletir-se em todos os aspetos do quotidiano: desde a forma como se trabalha, com muitas tarefas automatiza­das e trabalhada­s por algoritmos, até à forma como se veem anúncios e se fazem compras na Amazon.

“A criação de sistemas que aprendem, adaptam e potencialm­ente agem de forma autónoma será um campo de batalha para as empresas tecnológic­as”, refere a Gartner num relatório recente sobre as tendências para 2018. Nos próximos cinco a sete anos, diz a consultora, “a capacidade de usar inteligênc­ia artificial para melhorar a tomada de decisões, reinventar modelos de negócio e ecossistem­as e redesenhar a experiênci­a dos clientes vai impulsiona­r as iniciativa­s digitais.” A.R.G.

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