Casa Branca acusa Bannon de ter perdido a cabeça

Ex-assessor do presidente fala em reunião secreta de russos com Trump. Este acusa-o de espalhar “informações falsas”

LIVRO O presidente Donald Trump teve ontem palavras duras para com o seu ex-conselheiro Steve Bannon, “na sequência de comentários prejudiciais” que este fez sobre Donald Trump Jr. num livro a ser publicado na próxima semana.

Intitulado Fire and Fury: Inside the TrumpWhite House (Fogo e Fúria: na Casa Branca de Trump), o livro é da autoria do jornalista Michael Wolff e baseia-se em mais de 200 entrevistas com o presidente e elementos da sua administração. Bannon é citado extensivamente na descrição do que sucedeu antes e após a chegada de Trump à Casa Branca.

Trump, que continuou a falar em particular com Bannon nos meses depois de o afastar como chefe de estratégia, cortou agora os laços com aquele numa declaração divulgada ontem pela Casa Branca. “Steve Bannon não tem nada a ver comigo nem com a minha presidência. Quando ele foi demitido, ele não perdeu só o seu emprego, ele perdeu a cabeça”, lê-se no comunicado.

Trump afirma que Bannon teve pouco que ver com sua vitória presidencial em 2016, mas foi culpado pela perda de um assento republicano no Senado dos EUA no Alabama, em dezembro, quando acusou Roy Moore de ter relações com menores do sexo feminino. Este acabou derrotado pelo democrata Doug Jones.

“Agora que ele está sozinho, Steve está a aprender que ganhar não é tão fácil quanto eu o faço parecer. Steve teve muito pouco a ver com nossa vitória histórica, que se deve aos homens e mulheres esquecidos deste país.”

“Steve finge estar em guerra com os media, que rotula de partido da oposição, mas ele na Casa Branca passou o tempo a fornecer-lhes informações falsas para parecer mais importante do que era. Era a única coisa que ele fazia bem”, acrescentou Trump. No livro, Bannon classificou como uma “traição” a reunião que Donald Trump Jr. combinou com Jared Kushner e Paul Manafort para o pai conhecer alguns russos. Uma reunião que, segundo The Washington Post, não terá chegado a realizar-se.