Diário de Notícias

Dragão soube sofrer no fim e sai da Feira líder isolado com muito suor

I Liga. FC Porto saiu irritado com a arbitragem num jogo onde a liderança foi posta à prova por um Feirense difícil. Felipe marcou e foi expulso

- MANUEL QUEIROZ

O FC Porto sofreu mas conseguiu ganhar por 2-1 ontem à noite na Feira, num jogo com um final com dramatismo, porque Felipe foi mal expulso a sete minutos do fim e houve várias decisões do árbitro Fábio Veríssimo muito discutívei­s, porque não teve um critério uniforme. Era importantí­ssimo para os portistas uma vitória em dia de dérbi da capital e a equipa deu uma boa resposta do ponto de vista do querer. E assim saiu do campo com a certeza do primeiro lugar, na penúltima jornada da primeira volta.

Ainda antes de o jogo começar veio a informação de que Tiago Gomes não podia jogar pelo Feirense, entrando Kakuba. Até nos deram uma folha já com a alteração feita. Mas afinal logo a seguir disseram que já não havia a troca e se mantinha Tiago Gomes. Só que o jogo começou com cinco minutos de atraso e jogou mesmo Kakuba, que nem estava nos 18 iniciais. De resto, essa foi a única alteração que Nuno Manta fazia no seu Feirense, que tinha conseguido voltar às vitórias no último jogo da Liga.

Já Sérgio Conceição mexeu outra vez no centro da defesa (voltou Felipe, Reyes no banco) e depois Corona como extremo para o seu 4-4-2 com Brahimi mais livre. Felipe viria a ser uma das figuras do jogo, pelo bem e pelo mal.

Mas este FC Porto está menos seguro defensivam­ente. Hugo Seco, como extremo esquerdo, deu que fazer e logo na primeira jogada passou por três portistas – o remate é que saiu mal. Aboubakar marcou primeiro e adiantou o FC Porto aos 22’, mas logo a seguir (26’), numa bola parada, um livre lateral a meio do meio-campo portista marcado por Tiago Silva encontrou Luís Rocha sozinho a cabecear bem e sem hipóteses (mal Felipe). Um golo que deixou muito irritado Brahimi, que sentiu ali um erro inadmissív­el, porque o golo foi quase de borla. Se em Paços tinha sido Reyes, desta vez foi Felipe.

Podia o FC Porto ter chegado ao intervalo a ganhar, porque teve boas jogadas e Caio Seco deu espetáculo mais do que uma vez. O guarda-redes brasileiro tinha tido azar no golo de Aboubakar porque a bola tinha desviado num defesa e mudara de trajetória, mas depois fez logo a diferença antes do intervalo. O FC Porto tinha cantos (6-0’ 10-2 no final), remates (5-2, 12-3 no fim), mais posse, claro (67%), mas não conseguia fazer a diferença com Marega a cair demasiadas vezes em fora-de-jogo.

No Feirense, Babanco tinha-se lesionado ainda na primeira parte, veio para a segunda mas saiu logo depois (entrou o central Briseño e a equipa passou a jogar com três centrais e Sérgio Conceição ressuscito­u então Óliver, que não jogava para o campeonato desde o jogo com o Portimonen­se, a 22 de setembro, há mais de três meses).

Antes ainda tinha havido um lance muito duvidoso sobre Marcano na área feirense, mas nem Fábio Veríssimo nem o VAR viram nada de errado e mais tarde Tiago Silva agarrou Óliver e também não viu o segundo amarelo. Decisões duvidosas.

Sofria o FC Porto para entrar na agora sempre muito povoada defesa da casa, apesar de a equipa impor um ritmo elevado e intenso. Ao seu décimo canto o FC Porto marcou o golo que faria a diferença, numa grande elevação de Felipe a correspond­er ao centro feito pelo inevitável Alex Telles.

Nervos em franja com arbitragem

Faltava um quarto de hora e houve drama porque o jogo foi prolongado nove minutos (eram seis mas com tudo chegaram a nove), com alguns jogadores a protestare­m demasiado com o árbitro, como Soares e Marcano – e o espanhol acabou por arranjar um livre perto da sua área, por protestar de forma desabrida pensando que a bola já estaria fora, mas o árbitro deu mesmo cartão e falta apesar de a bola estar longe. Demorou três minutos a marcar o livre, que era o último lance do jogo. Os protestos portistas não serviram para nada, o público furioso, mas a bola nem passou da barreira entre protestos feirenses. O jogo acabou, num suspiro de alívio portista por uma vitória justa (porque José Sá saiu sem ter feito uma defesa). Uma noite difícil em que Óliver mostrou ainda que tem um lugar importante na equipa, pela sua qualidade técnica.

 ??  ?? O momento decisivo do jogo: Felipe (que seria expulso aos 84’) salta mais alto do que toda a gente para fazer o 2-1 para o FC Porto
O momento decisivo do jogo: Felipe (que seria expulso aos 84’) salta mais alto do que toda a gente para fazer o 2-1 para o FC Porto

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