Caldwell-Pope, o base titular dos Lakers que dorme na prisão
NBA. Jogador foi condenado a 25 dias de prisão por violar a liberdade condicional num caso de condução sob efeito de álcool e drogas. Só sai para os treinos e jogos da equipa na Califórnia
Nos Los Angeles Lakers, o entusiasmo da pré-temporada – sentido em redor da escolha do rookie Lonzo Ball e da primeira época completa sob a presidência de Magic Johnson, lendária figura da equipa – tem mergulhado a pouco e pouco na resignação de mais uma temporada falhada, marcada por alguns contratempos que têm travado a desejada recuperação de um dos emblemas com mais história na NBA (os Lakers só perdem para os Celtics de Boston em títulos de campeão: 16 contra 17).
Além do reality show diário em torno de Lonzo Ball – que tem revelado bem mais dificuldades para se impor entre os craques da liga do que o seu excêntrico pai, LaVar Ball, tem para se impor na cena mediática norte-americana –, os Lakers têm sido também obrigados a lidar, nos últimos tempos, com a estranha condição do seu outro base titular, Kentavious Caldwell-Pope, que tem passado os dias na prisão de Seal Beach, onde cumpre sentença de 25 dias de detenção por violação das regras de liberdade condicional, com permissão especial apenas para se juntar aos treinos e jogos dos Lakers.
Essa autorização, contudo, limita-se aos jogos efetuados no estado da Califórnia, o que impediu Caldwell-Pope de viajar com a equipa para a maioria dos jogos fora disputados desde meados de dezembro passado, quando o base atirador de 24 anos recebeu a sentença de um juiz de Michigan – estado onde estão sediados os Detroit Pistons, equipa que o jogador representou desde 2013 (quando foi escolhido na oitava posição do draft) até ao verão passado, em que assinou pelos Lakers um contrato de 18 milhões de dólares (15 milhões de euros) válido para esta temporada .
Foi ainda em Detroit que começaram os problemas que resultaram nesta condenação de Caldwell-Pope, a 29 de março quando o jogador foi detido por suspeita de conduzir sob efeitos do álcool e de drogas. Pope teve de pagar uma fiança para sair em liberdade e comprometeu-se a frequentar um programa de reabilitação com testes frequentes ao consumo de bebidas alcoólicas e substâncias tóxicas. Mas falhou vários desses controlos e, a 14 de junho, foi condenado a 12 meses de liberdade condicional, no que terá sido determinante para os Pistons não lhe renovarem o contrato.
Agora, nuns Lakers onde vai aproveitando o hype mediático em redor de Lonzo Ball para colecionar umas médias interessantes de 13,8 pontos, 5,1 ressaltos, 2,2 assistências, 1,7 roubos de bola e quase 35 minutos por jogo, Pope foi chamado a cumprir sentença, inicialmente prevista para o condado de Oakland mas que os advogados do jogador conseguiram transferir para Seal Beach, a cerca de 50 quilómetros do Staples Center.
Um centro de detenção com reputação de acolher alguns delinquentes mais endinheirados e onde a estada em regime como aquele de que goza Pope (com autorização para sair por motivos de trabalho), custa 100 euros por noite, com direito a plasma de TV e camas novas, mas as luzes apagam obrigatoriamente às 22.00.
Esta estranha situação levou o base atirador dos Lakers a ter de falhar alguns jogos fora, o último dos quais na derrota em Minnesota, frente aos Timberwolves, no dia de Ano Novo, que assinalou a entrada em 2018 com a pior série de desaires consecutivos da equipa nesta temporada (sete – que podem ter terminado ou aumentado esta madrugada, na receção aos Oklahoma City Thunder), afundando os angelinos no último lugar da Conferência Oeste, com o segundo pior registo de vitórias de toda a liga: 30,6%, apenas melhor do que os Atlanta Hawks.
Agora, com uma série de cinco jogos consecutivos dos Lakers em casa pela frente, até 13 de janeiro, Caldwell-Pope não deverá ter de voltar a falhar qualquer deslocação. A menos que volte a recair, o que colocaria em risco mesmo a própria carreira na NBA.