Diário de Notícias

QUEDA NO DESEMPREGO É A MAIOR DE QUE HÁ REGISTO

Subida do emprego é a segunda mais alta das séries do INE, que remontam a 1999. Número de desemprega­dos jovens desce mais devagar. Taxa cai para 8,2% em novembro

- LUÍS REIS RIBEIRO

Portugal tinha, em novembro, cerca de 424 mil pessoas sem trabalho, uma quebra de 21,2% no espaço de um ano. São menos 114 mil pessoas no contingent­e de desemprega­dos.

Portugal tinha, em novembro, cerca de 424 mil pessoas sem trabalho, uma quebra de 21,2% no espaço de um ano. São menos 114 mil pessoas no contingent­e de desemprega­dos. Esta descida é a maior de que há registo nas séries do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE), que remontam a 1999. A restauraçã­o, que paga salários na casa dos 600 euros brutos, segundo um estudo do governo, é dos setores que mais estará a dinamizar a retoma laboral.

No grupo dos jovens (pessoas entre os 15 e os 24 anos) também se nota uma tendência de descida, mas mais suave. Havia 89,7 mil jovens sem trabalho em novembro, menos 9% em termos homólogos. São menos 9000.

A taxa de desemprego caiu, em novembro, para 8,2% da população ativa, a taxa mais baixa desde finais de 2004 (dados provisório­s). A taxa de outubro baixou para 8,4% e já é definitiva, sendo também a mais reduzida desde o início de 2005.

Ao mesmo tempo, a criação de emprego na economia também confirma a ideia de que o mercado de trabalho está a ficar mais robusto. A subida no emprego é das mais fortes de que há registo. Em novembro, o emprego terá avançado 3,5% em termos homólogos, para um total de 4,745 milhões de postos de trabalho. Esta subida é a segunda maior de que há registo.

Em termos absolutos, a economia terá criado 159 mil empregos no ano que acaba em novembro. Fazendo o balanço da legislatur­a, significa que Portugal tem agora mais 242 mil empregos face a novembro de 2015, quando o governo PS assumiu o poder.

O desemprego jovem, depois de ter atingido um mínimo de 83,2 mil casos, piorou até um pico intra-anual de 92,9 mil em outubro. Em novembro, a estimativa provisória indica que voltou a baixar, para 89,7 mil jovens desemprega­dos.

António Costa não demorou a reagir ao INE. “2017 foi o ano de maior cresciment­o económico desde o início do século, de forte redução do desemprego, como hoje o INE confirmou com a previsão da taxa de desemprego em outubro de 8,4% e a previsão de podermos chegar a dezembro com 8,2%”.

O último inquérito ao emprego relativo ao terceiro trimestre, divulgado em novembro, já mostrava que quase 40% do emprego criado num ano vinha das atividades “alojamento, restauraçã­o e similares”; estas criaram 53 mil novos postos de trabalho.

Ontem, um estudo do governo veio reforçar a ideia de que estas atividades, ligadas ao turismo, estão a contribuir para a retoma, embora os salários continuem a ser baixos.

O estudo que acompanha o impacto da descida do IVA na restauraçã­o (em julho de 2016) indica que o emprego aumentou mais de 9% em termos homólogos, no primeiro semestre de 2017, depois de o IVA ter descido de 23% para 13%. Estão em causa mais 19 573 trabalhado­res, num setor que emprega, no total, 227 900 pessoas.

A remuneraçã­o média nos restaurant­es e cafés subiu 3,6%, para 621 euros, muito influencia­da pela atualizaçã­o do salário mínimo do ano passado (de 530 para 557 euros). O estudo indica que o salário médio praticado na restauraçã­o e similares, embora maior, equivale a menos de 70% do salário médio bruto nacional.

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A procura de profission­ais nas tecnologia­s de informação está no topo das prioridade­s das empresas
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