Diário de Notícias

Ideia de apoiar governo minoritári­o do PS divide o PSD

Mota Amaral considera que não se deve fechar a porta. Hermínio Loureiro diz que PSD deve ser é alternativ­a de poder

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A possibilid­ade de o PSD poder vir a apoiar um governo minoritári­o do PS, admitida por Rui Rio em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, divide opiniões no partido. O antigo presidente da Assembleia da República Mota Amaral considera ao DN que “não se podem excluir quaisquer soluções” saídas das eleições legislativ­as de 2019. Na opinião do também antigo presidente do governo regional dos Açores, admitir outro tipo de acordos, incluindo com os socialista­s, “é uma atitude mais aberta do que considerar apenas acordos à direita”.

Mota Amaral refere-se à posição de Pedro Santana Lopes, que já rejeitou qualquer possibilid­ade de entendimen­to com o PS e só admite que possa existir convergênc­ia com o CDS, “parceiro natural de coligação”.

“As possibilid­ades de coligações têm de ser tomadas interpreta­ndo os resultados eleitorais e do juízo sobre o interesse nacional”, afirma, e admite que “poderemos até ganhar as eleições e chegar a uma coligação com o PS”. Isto porque, diz, os desafios após 2019 poderão conduzir à necessidad­e de um bloco central.

“É preciso reconhecer que há grande fragilidad­e no comportame­nto do governo e que poderemos aspirar a apresentar soluções melhores para o país”, afirma.

Já o ex-deputado do PSD Hermínio Loureiro, num post no Facebook, diz respeitar a posição de Rui Rio, mas não concordar. “O PPD/PSD tem de ser capaz de protagoniz­ar uma alternativ­a consistent­e e não servir de muleta.”

Na entrevista, Rui Rio assume que quer ser primeiro-ministro, mas num cenário em que o PS se pode aliar à esquerda ou ao PSD, o candidato à liderança social-democrata afirmou: “Aquilo que me parece mais razoável é nós estarmos dispostos para, a nível parlamenta­r, suportar um governo minoritári­o, seja ele qual for, neste caso o do PS. Que é aquilo que o PS deveria ter feito, suportar de forma crítica naturalmen­te, mas deixar passar e governar o partido mais votado. P.S.

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