Arrimadas diz que ainda não desistiu de formar governo
Líder do Ciudadanos da Catalunha, Inés Arrimadas, apela à calma e recusa ceder à pressão exercida pelo PP e pelo PS catalão
Inés Arrimadas, de 36 anos, numa conferência de imprensa antes das eleições de 21 de dezembro
PATRÍCIA VIEGAS Calma, calma e mais calma. É esta a estratégia da líder do Ciudadanos da Catalunha, Inés Arrimadas, tendo em conta o impasse político em que está mergulhada a região e a pressão por parte do PP e do PS catalão, que dizem que ela deveria tomar a iniciativa para governar.
“Calma e tranquilidade, estamos a fazer o que temos de fazer no momento em que temos de fazer. Não tenho claro que os independentistas vão chegar a um acordo, com gente fugida à justiça, com gente em Bruxelas e na prisão... Sabemos muito bem aquilo que estamos a fazer”, disse Arrimadas, numa entrevista que deu ao jornal El País na casa de família na terra natal, Jerez de la Frontera.
Natural da Andaluzia, Arrimadas, de 36 anos, referia-se aos líderes da Junts per Catalunya e da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), respetivamente, Carles Puigdemont e Oriol Junqueras. O primeiro está exilado na Bélgica e se voltar para ser investido presidente do governo catalão depois de o Parlamento ser constituído, no dia 17, será preso. O segundo encontra-se detido por causa do referendo ilegal de 1 de outubro e poderia, em última análise, ser ele o candidato dos independentistas à liderança da Generalitat. A questão é que mesmo sobre esta questão não há total unanimidade e sintonia no bloco independentista, que renovou a maioria absoluta de deputados nas eleições autonómicas de 21 de dezembro (antecipadas após a ativação ao artigo 155.º por parte do governo espanhol).
Classificando Puigdemont de presidente-holograma, a líder do Ciudadanos não descartou nesta entrevista a hipótese de vir ainda a tentar formar governo. O Ciudadanos foi o partido mais votado naquelas eleições (embora a soma dos seus deputados com os do PP e do PS catalão não cheguem para retirar a maioria aos partidos independentistas).
“Fizeram coisas impensáveis. Se não forem capazes, teremos a obrigação