Diário de Notícias

Governo português já autorizou três plantações para exportação

Cantanhede tem a maior plantação, um investimen­to de 20 milhões. Évora e região do Alqueva recebem as outras exploraçõe­s

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A maior plantação de canábis é a da Tilray, em Cantanhede. O CEO da empresa canadiana escolheu o país por ter o “clima ideal”

Portugal é um dos destinos de eleição para as multinacio­nais que se dedicam ao cultivo de canábis medicinal para exportação. A primeira a ser autorizada pelo governo e pelo Infarmed – Autoridade Nacional do Medicament­o e Produtos de Saúde – em 2014 foi a plantação em Évora da sociedade Terra Verde (uma participad­a da britânica GW Pharmaceut­icals), com sede no Montijo. A planta produzida é transforma­da em pó e enviada para o Reino Unido, onde é utilizada na produção de medicament­os destinados ao alívio da dor causada por doenças oncológica­s, esclerose múltipla e epilepsia.

No ano passado, o executivo português autorizou mais duas produções de canábis medicinal, uma pela empresa canadiana Tilray e outra por uma companhia israelita.

A canadiana Tilray escolheu o Parque Tecnológic­o de Cantanhede, no distrito de Coimbra, para instalar aquela que é a maior plantação de canábis para fins medicinais em solo português.

O projeto prevê o cultivo de mais de 100 mil plantas. Alemanha, Croácia e Chipre são alguns dos mercados para onde será expedida a canábis produzida em Cantanhede. O investimen­to da Tilray é de cerca de 20 milhões de euros até 2020 num negócio que deverá criar cem postos de trabalho.

Brendan Lennedy, diretor executivo da Tilray, contou à cadeia de televisão canadiana CBC que passou dois anos a viajar por 18 países do mundo para no final concluir que Portugal é o melhor país para cultivar canábis medicinal: “Primeiro o clima ideal, com dias quentes, secos e ensolarado­s, em segundo a existência de trabalhado­res com formação na área da produção agrícola e por último uma comunidade de investigad­ores vibrante, que pode levar a cabo investigaç­ão nas áreas da biotecnolo­gia e das ciências da vida.”

O outro projeto é de uma empresa israelita e vai ser instalado na região do Alqueva, no Alentejo, com um investimen­to previsto de cem milhões de euros.

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