Diário de Notícias

Benfica foi a Braga vencer por 3-1 e mantém-se na luta pelo título

Argentino e brasileiro abriram caminho à vitória em Braga (1-3). Benfica respondeu com um golo a cada ameaça da equipa minhota

- RUI MARQUES SIMÕES

Talvez haja um capítulo sobre isto em A Arte da Guerra para Treinadore­s, o livro inspirado no tratado de estratégia militar do general e filósofo chinês Sun Tzu, que RuiVitória lançou em finais de 2014: “Como derrubar o guerreiro adversário de cada vez que ele se agiganta e julga poder vencer a batalha.” Se houver, ontem, o Benfica interpreto­u-o na perfeição, ao vencer em Braga (1-3), em jogo da 18.ª jornada da I Liga.

Bem pode dizer-se que em terra de gverreiros (cognome dos atletas do Sporting de Braga, em menção às origens latinas da cidade) foram Salvio e Jonas (quem mais?) a dominar “a arte da guerra”. O argentino e o brasileiro – autores de quase dois terços dos 43 golos do Benfica, até aqui, na I Liga (sete de Salvio, 21 de Jonas) – abriram caminho para mais um passeio do emblema da águia, numa visita ao Minho.

Da mesma forma que triunfara nos terrenos de V. Guimarães (1-3) e Moreirense (0-2), o Benfica ganhou em Braga, num campo onde estava habituado a sentir dificuldad­es – mas onde não cai, para o campeonato, desde outubro de 2014. E fê-lo com sageza, apesar das dificuldad­es por que passou em vários momentos: a cada ameaça dos gverreiros, respondeu com golpes mais violência (num desfecho ingrato para a postura corajosa dos bracarense­s).

Primeiro ato: o Sporting de Braga entrou melhor na partida, o Benfica marcou. Com mais iniciativa e circulação de bola, os minhotos ameaçaram logo ao minuto seis (Fábio Martins chegou atrasado para desviar à boca da baliza um cruzamento de Ricardo Horta). E o Benfica respondeu com o 0-1: Cervi rompeu pelo miolo do terreno e assistiu Salvio, entre os centrais, com o argentino a rematar cruzado para o fundo da baliza de Matheus.

Os arsenalist­as acusaram o golpe. Os benfiquist­as, mais acutilante­s, com pressão alta a não deixarem os rivais sair a jogar, dominaram até ao início da segunda parte, ameaçando o segundo golo – com Krovinovic a rematar ao lado (aos 34’) e Jardel a cabecear ao poste (aos 46’).

No entanto, o 0-2 ficou guardado para mais tarde: aconteceu no segundo ato, quando o Sporting de Braga já recuperara a iniciativa de jogo, melhorara na eficácia do passe e ameaçava a baliza de BrunoVarel­a – obrigado a esticar-se, para defender um remate rasteiro cruzado de Ricardo Horta, ao minuto 62. Na resposta, aos 64’, Jonas cabeceou sem hipóteses para Matheus.

O encontro não acabou aí, no momento em que o avançado brasileiro marcou o 21.º golo na I Liga, nesta temporada (fatura há sete jogos consecutiv­os, a melhor série da carreira). Os gverreiros do Minho conseguira­m reerguer-se, para um terceiro ato ainda mais cruel. Paulinho reduziu a desvantage­m aos 74’, de cabeça, na sequência de um cruzamento de Ricardo Horta e de uma saída em falso de Bruno Varela. Nos minutos seguintes Horta (perdeu o duelo com o guarda-redes), Rosic (cabeceou ao lado) e Wilson Eduardo (rematou à figura) ainda ameaçaram o empate.

Os benfiquist­as abanaram mas não caíram. E desferiram o derradeiro soco em cima do minuto 90. Raúl Jiménez – que já desperdiça­ra um golo na cara de Matheus, rematando por cima (87’) – fez um belo golo, com um remate de primeira, em resposta a um cruzamento de Cervi.

No final, mostrando o domínio da tal arte de “derrubar o guerreiro adversário, de cada vez que ele se agiganta e julga poder vencer a batalha” (ou, pelo menos, empatá-la), o Benfica deitou por terra a esperança do Sporting de Braga de poder igualá-lo no 3.º lugar da I Liga. Com 43 pontos, os benfiquist­as cavam um fosso (de seis) para os bracarense­s e igualam – provisoria­mente – o Sporting, na 2.ª posição da I Liga.

“Tivemos mais oportunida­des e fomos melhores do que o Benfica na segunda parte. Se calhar o empate era o resultado mais justo, mas o Benfica aproveitou bem” PAULINHO AVANÇADO DO SP.BRAGA

“Viemos para controlar o jogo e estávamos preparados para um grande Braga, mas nós fomos muito melhores e o resultado podia ter sido mais dilatado” SALVIO EXTREMO DO BENFICA

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Matheus ainda saiu aos pés de Salvio, mas não conseguiu evitar o remate do extremo argentino, que fez assim o 0-1

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