Diário de Notícias

As minhas fotografia­s

- FOTOGRAFIA DE ANTÓNIO BARRETO

O Cristo das Trincheira­s no mosteiro da Batalha. A estátua de Cristo crucificad­o, com braço e pernas partidas, além de ferida de bala no peito, tem o curioso nome de Cristo das Trincheira­s. Veio da Flandres, onde, durante meses, fez companhia aos soldados do Corpo Expedicion­ário Português. Faz agora, no Ano Europeu do Património, um século que tudo isso aconteceu. E faz sessenta anos que o Cristo veio para Portugal. Conhecem-se fotografia­s da estátua, ainda intacta, no meio das trincheira­s. São da autoria de um grande fotógrafo que “cobriu” parte da campanha da Flandres, Arnaldo Garcez. A estátua encontrava-se, em 1918, no cruzamento de estradas perto de Neuve-Chapelle. Aquando da batalha de La Lys, em que os alemães destroçara­m a força portuguesa, o Cristo foi também bombardead­o e quase destruído. Morreram nessa batalha milhares de portuguese­s. Os que sobreviver­am recordaram sempre o Cristo das Trincheira­s, que por ali ficou, mesmo quebrado, durante quarenta anos. Em 1958, as autoridade­s francesas acederam aos pedidos do governo: a escultura foi entregue ao exército português, viajou de avião para Lisboa e daí para a Batalha, onde, a 9 de Abril de 1958, foi fazer companhia, na Sala do Capítulo, ao túmulo do Soldado Desconheci­do, que já ali se encontrava desde 1921.

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