Diário de Notícias

Antigos números um mundiais partem como favoritos face à baixa de Murray (operado) e à incógnita Novak Djokovic

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Assistirá a Austrália ao 36.º capítulo da rivalidade “Fedal”? No ano passado, quando muitos duvidavam se Roger Federer (35 anos) e Rafa Nadal (30 anos)voltariam aos bons velhos tempos em que lideraram o ranking mundial, eles deram uma lição de ténis cheia de revivalism­o na final do Australian Open. “Um encontro épico”, segundo Federer, que venceu o espanhol pelos parciais de 6-4, 3-6, 6-1, 3-6 e 6-3: “O quinto set foi talvez o melhor que alguma vez joguei.”

Foi uma das finais mais aguardadas de sempre – a mais repetida da história do ténis –,por ser entre dois ex-líderes mundiais, trintões, a mostrar que a idade e as lesões que atormentar­am ambos em 2016 não fizeram assim tanto estrago. O primeiro Grand Slam de 2017 seria o mote para uma temporada dominada por completo pelo suíço e pelo espanhol, com a conivência dos problemas físicos de Novak Djokovic e Andy Murray.

E na opinião de Boris Becker a culpa do sucesso de Federer e Nadal, no ano passado, foi do mundo do ténis, ele incluído, que teve a audácia de “subestimar a paixão e o amor pelo jogo” que os campeoníss­imos trintões sentem.

Agora, um ano depois, o filme pode repetir-se, segundo o lendário tenista alemão. E o português Rui Machado explica porquê: “O nível que Federer e Nadal apresentam é superior à qualidade dos novos talentos. Além de serem superiores em talento, têm hoje mais experiênci­a e sabedoria na gestão de todos aspetos do jogo, o que os coloca em vantagem sobre os adversário­s e minimizam os problemas físicos inerentes à idade.”

Para o diretor técnico nacional, o suíço ainda é favorito. “Um Grand Slam é um torneio com jogos a cinco sets e sei bem o desgaste que isso provoca. Apesar de o Federer se apresentar em muito boa forma para a idade que tem (36), é sempre de ter em equação que a recuperaçã­o de jogo para jogo possa ser mais difícil. Vencer vai depender das condições físicas que ele conseguir apresentar de jogo para jogo”, disse ao DN o antigo tenista que chegou a treinar com o helvético em torneios.

Já o bom desempenho de Nadal vai depender de como lhe correrem as primeiras rondas: “É o tipo de tenista que costuma crescer com os jogos e as exibições, vai-se tornando mais perigoso a cada jogo. Para ele não fazer um grande torneio tem de perder nas primeiras rondas, porque se entrar no ritmo é mais difícil pará-lo.”

Com Andy Murray e Nishikori de fora por lesão, será Djokovic capaz de desafiar os antigos números um mundiais? “O Djokovic é uma incógnita, não sabemos como ele vai reaparecer, quanto ao Wawrinka, dificilmen­te ele vai aparecer em grande forma na Austrália. É um jogador que precisa de estar mais rodado para render num Grand Slam. Obviamente é um tenista a ter em conta, está sempre entre os melhores, apesar de não se dar por ele muitas vezes”, respondeu Rui Machado, antes de conhecer o sorteio que colocaria Djokovic como 14.º cabeça de série do torneio, podendo enfrentar Nadal, Federer ou Zverev.

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