Primeira dobradinha do Sporting na estrada
Leões vencem coletivamente nos dois géneros. Samuel Barata campeão pela primeira vez, Inês Monteiro 13 anos depois
DAVID PEREIRA Tarde histórica no Estádio Nacional. O Sporting sagrou-se campeão nacional de estrada coletivamente tanto no plano masculino como no feminino, obtendo a primeira dobradinha da história. Mais: interrompeu a hegemonia do Benfica entre os homens – águias poderiam ter chegado ao hexacampeonato – e obteve o primeiro título desde 1990, ano em que se realizou a edição inaugural da prova, levando a melhor sobre o eterno rival e o Sp. Braga. Nas senhoras, o leão foi rei do asfalto pela segunda vez – à frente do Recreio Desportivo de Águeda e do Grecas de Vagos, que completaram o pódio –, tendo a primeira sido no ano passado.
Um feito inédito na história do emblema de Alvalade que começou a ser desenhado pela vitória de Inês Monteiro entre as mulheres. A veterana atleta de 37 anos, contratada nesta temporada ao CA Seia, foi a primeira a cortar a meta, percorrendo os dez quilómetros da prova disputada no concelho de Oeiras em 33 minutos e 37 segundos, voltando a vencer o título 13 anos depois. A fundista leonina, que já tinha provado estar num bom momento de forma ao triunfar na Volta ao Funchal e na São Silvestre da Amadora, somou o quinto título (depois de ter sido tetracampeã entre 2002 e 2005) e igualou o recorde de Ana Dulce Félix, que foi mãe no mês passado e desfalcou o Benfica, que pelo segundo ano consecutivo não apostou na vertente feminina.
Para trás ficou a companheira de equipa Sara Moreira (34.07) e a surpreendente Cátia Santos (34.32),
Leões puseram fim a 28 anos de seca e cinco de domínio das águias do Grupo Desportivo do Estreito, numa prova marcada por uma alteração de percurso à última hora, devido ao meu tempo, o que tornou a prova mais dura ao nível da altimetria e do vento contra. A campeã do ano passado, Jéssica Augusto, falhou a corrida por se encontrar a preparar a Taça dos Clubes Campeões Europeus de corta-mato, que se vai realizar a 4 de fevereiro em Mira.
No setor masculino, o benfiquista Samuel Barata (29 minutos e 36 segundos) arrancou sozinho para a meta à entrada para o último quilómetro e superiorizou-se ao sportinguista Rui Pedro Silva (29.43) e ao companheiro Rui Pinto (29.48), 2.º e 3.º classificados, sagrando-se campeão pela primeira vez, sucedendo a Hélio Gomes, que não participou nesta edição por se encontrar suspenso por doping.
Barata, campeão em título de corta-mato curto, vencedor da recente São Silvestre de Lisboa e 3.º no nacional de estrada do ano passado, impediu que o Sporting fizesse o pleno, algo que apenas Maratona (2001, 2009 e 2012)e Benfica (2014 e 2015) conseguiram.