PROBLEMA DE SEGURANÇA NA BANCADA OBRIGA A SUSPENDER JOGO ESTORIL-FC PORTO
Partida foi interrompida ao intervalo, com os dragões a perder por 1-0. As pessoas tiveram de ser retiradas para o relvado. Data da segunda parte ainda não foi definida.
O jogo não terminou, mas ao intervalo o Estoril vencia o FC Porto por 1-0, com um grande golo de Eduardo Teixeira, aos 17 minutos da primeira parte. E não terminou por razões de segurança. Poucos minutos antes do reinício da partida após o intervalo, centenas de adeptos (a grande maioria dos dragões) que estavam na bancada norte do Estádio António Coimbra da Mota saltaram para o relvado porque, gritavam alguns, a bancada “começou a ruir”. Seguiram-se momentos de indefinição, com alguns adeptos a serem colocados em outras bancadas e outros a abandonarem o estádio, e finalmente a regressarem para o mesmo local. Mas, ao fim de uma hora, os responsáveis da Liga decidiram que não havia condições para se realizar a segunda parte do jogo.
Os dois clubes pretendiam que a partida fosse reatada, mas, depois de vistorias à bancada, as partes entenderam que não estavam reunidas as condições. A decisão final, contudo, apanhou adeptos e jogadores de surpresa. É que, após a saída dos espectadores para o relvado, estes foram reencaminhados para outras bancadas. Posteriormente, e através do speaker do estádio, foram convidados a regressarem à mesma bancada. Uns voltaram, outros não, tentando infiltrar-se noutros locais, tendo a polícia intervindo. Poucos minutos antes das 23.00, novamente o speaker anunciou que a segunda parte não iria realizar-se. Isto quando os jogadores até já estavam prontos para entrar em campo.
A primeira explicação oficial chegou por intermédio da SAD do Estoril, que justificou o adiamento com o abatimento de parte da bancada. Não há, ainda, qualquer justificação para este problema, mas ontem, em conversa com o DN, membros da direção do Estoril, assim como elementos das autoridades, bombeiros e polícia, não descartaram que o problema possa ter acontecido devido ao sismo que se fez sentir ontem.
“Depois de reunidas as entidades do Estoril Praia, FC Porto, Liga Portugal e Forças de Segurança, entendeu-se não estarem reunidas as condições de segurança para que o jogo prossiga. A interrupção está ligada ao facto de parte da bancada norte do Estádio António Coimbra da Mota ter tido um abatimento no centro, que causou algum alarme e que levou as autoridades a evacuar em segurança toda a bancada em causa. A seu tempo os adeptos que hoje [ontem] se deslocaram para assistir ao jogo serão informados sobre como deverão ser ressarcidos pelos ingressos que adquiriram”, lia-se em comunicado.
Numa breve nota colocada no site do clube, o FC Porto confirmou que o jogo foi suspenso por razões de segurança, mas que “não ficou definida qualquer data”. “A mesma terá de ser acordada pelos dois clubes – apenas se colocou de parte a hipótese de terça-feira, 16 de janeiro”, acrescentaram os dragões, que têm agendado para sexta-feira um jogo com o Tondela.
A Liga, entretanto, informou no seu site oficial que convocou para hoje uma reunião com “caráter de urgência” para analisar o caso. Estoril com sanção de derrota? Apesar das responsabilidades estarem ainda por apurar, o regula- mento da Liga diz que a falta de condições de segurança pode ser punida com derrota (neste caso do Estoril), segundo o artigo 94, ponto 4 do Regulamento Disciplinar (RD) das competições, referente à “não realização de jogos por falta de condições do estádio, de segurança ou dos equipamentos”. Eis o que diz este artigo: “Quando um jogo oficial não se efetuar ou não se concluir em virtude do estádio não se encontrar em condições regulamentares por facto imputável ao clube que o indica, é este punido com a sanção de derrota e, acessoriamente, com a sanção de multa de montante a fixar entre o mínimo de 12 UC e o máximo de 50 UC e com a sanção de reparação à Liga e ao adversário das despesas de arbitragem, de delegacias, de organização e do valor da receita que eventualmente coubesse ao adversário.”