“Há menos criminalidade”
Os portugueses têm razões para se sentir mais seguros? O estudo [APAV-Intercampus sobre Criminalidade e Insegurança] refere-se à perceção de segurança mas a segurança efetiva indica que há uma tendência de decréscimo da criminalidade, o que se acentuou a partir de 2012. A criminalidade geral desce um quinto e a violenta e grave quase um terço. Criminalidade participada não quer dizer necessariamente criminalidade efetiva? Mas não se aplica ao crime violento. No furto de uma viatura, o proprietário pode ou não participar, já os crimes violentos são crimes públicos e não necessitam de participação da vítima. Há menos criminalidade, o que poderá contribuir para a perceção de mais segurança. Esse é o principal fator? Poderá ter também que ver com a presença cada vez mais visível da polícia. As pessoas têm a polícia perto e isso poderá desenvolver um sentimento de segurança. Existe a Escola Segura, Idosos em Segurança e Verão Seguro, por exemplo, programas que têm dado resultados. Possuímos uma lista de quatro mil a cinco mil casas para vigiar no verão e foi assaltada uma, tanto em 2016 como em 2017. São os idosos que mais insegurança sentem. Isto também é confirmado pela realidade? Os mais velhos obviamente que se sentem mais vulneráveis, não só em relação às questões de saúde mas também de segurança. E é um grupo muito sujeito à ação dos burlões, como alguém que se diz funcionário da empresa de eletricidade ou da água para entrar em casa ou de um conhecido para conseguir o código do cartão. O furto a residências, tal como o de veículos, diminuiu, mas aumentou o dos carteiristas. O que é que o justifica? O alvo do carteirista é o turista e, como há mais turismo, é natural que tenham crescido. Os números da criminalidade vão continuar a baixar? Penso que não haverá muita oscilação, provavelmente até poderá haver uma subida que será residual. C.N.