Diário de Notícias

Primeira ronda já fez cair um quarto dos cabeças-de-série

Dezasseis favoritos, em masculinos e femininos, eliminados à primeira. Roger Federer e Novak Djokovic em forma

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RUI FRIAS A primeira ronda do Open da Austrália terminou ontem e deixou um rasto de destruição entre os cabeças-de-série do torneio, tanto no setor masculino como no feminino. No total, foram já 16 os favoritos – de um total de 64 que têm direito a esse estatuto inicial, 32 em cada setor – eliminados do Happy Slam, como é conhecido o primeiro torneio do Grand Slam do ano.

Depois de uma primeira jornada demolidora, com a queda de 11 dos principais nomes do torneio, a jornada de ontem fez tombar mais cinco, com Kristina Mladenovic, Petra Kvitova, Robert Bautista Agut, Milos Raonic e Mischa Zverev a juntarem-se a outros como Venus Williams, Coco Vandeweghe, Sloane Stephens, Dominika Cibulkova, Shuai Peng, Ekaterina Makarova, Jack Sock, Kevin Anderson, John Isner, Lucas Pouille e Philipp Kohlschrei­ber, eliminados na véspera. Surpresas equitativa­mente distribuíd­as pelo quadro masculino e pelo feminino (oito cada).

Entre os países mais afetados, destaque para os EUA, que perderam nesta primeira ronda 20 dos seus 30 tenistas inscritos. Ainda assim, continua a ser a nação mais representa­da neste Open da Austrália, com dez atletas ainda em prova, contra nove da Rússia e oito de Espanha, Alemanha, França e República Checa.

Quem entrou incólume a surpresas foram o atual campeão Roger Federer e o recordista de títulos na era Open, Novak Djokovic (seis).

O suíço, que aos 36 anos procura defender o título conquistad­o em 2017 e esticar até às duas dezenas o seu recorde de títulos do Grand Slam (atualmente 19), derrotou Aljaz Bedene por 6-3, 6-4, 6-3, num encontro cujo momento mais “destacado” foi uma interrupçã­o devido a um choro de bebé, o que levou o n.º 2 mundial a garantir que não era nenhum dos seus filhos. Djokovic nega “insurreiçã­o” Já o sérvio Djokovic voltou a um torneio depois de seis meses de ausência, em que esteve a tratar uma lesão num cotovelo, e deixou boas indicações na vitória sobre o norte-americano Donald Young por 6-1, 6-2 e 6-4.

O antigo número um mundial também tem mostrado ação fora dos courts, como líder do Conselho de Jogadores do ATP, e ontem aproveitou a conferênci­a de imprensa para negar que esteja a “liderar qualquer espécie de insurreiçã­o” dos tenistas. Isto depois de notícias a dar conta de que o sérvio tinha apelado ao boicote a próximos torneios caso não sejam aumentados os prize money atribuídos, bem como sugerido a criação de um sindicato, numa reunião com vários jogadores. “Retrataram-me como alguém ganancioso, que quer mais dinheiro e ameaça com boicotes, mas isso não é verdade. Apenas quisemos falar sobre assuntos que são do nosso interesse. Não vejo nada de pouco saudável nisso”, esclareceu.

em Marcos Chuva, atleta do salto em compriment­o do Benfica, terá infringido os regulament­os antidopage­m e, de acordo com a edição de ontem do jornal Record, será suspenso um ano por alegadamen­te ter falhado três controlos antidoping em 2016, violando o sistema de localizaçã­o. O clube da Luz já reagiu e nega perentoria­mente a notícia. “O atleta não tem falhas no controlo antidoping como alguma imprensa está a referir. O atleta está limpo de doping. Nunca faltou a nenhum controlo nem foi controlado com teste positivo. Trata-se de uma alegada falha administra­tiva”, disse à Lusa fonte do Benfica.

Em causa, segundo o Record, está o facto de Marcos Chuva, de 28 anos, ter faltado a três controlos antidoping. Mas o atleta defende que nunca foi notificado, alegando que mudou de morada e que essa alteração nunca deu entrada no sistema, daí o Benfica falar numa “falha administra­tiva”.

Ainda em declaraçõe­s à Lusa, fonte do Benfica considera que “a forma como o processo está a ser gerido continua a não dignificar as entidades envolvidas”. “Isto é especulaçã­o e configura uma atitude persecutór­ia e de bullying psicológic­o a um atleta que é referência no atletismo. Marcos Chuva não está notificado. O Benfica não está notificado. Como é possível isto ser noticiado? A quem serve esta situação?”, questionou.

O Benfica tudo fará para defender o seu atleta e garante que os serviços jurídicos do clube irão reagir em breve: “Quando existirem dados concretos e oficiais sobre este assunto, os serviços jurídicos do clube analisarão a situação, que merecerá certamente intervençã­o contundent­e. Não se compreende a demora na solução deste processo, que prejudica o atleta, o clube e a própria modalidade.”

Em dezembro, o Benfica já tinha emitido um comunicado a defender Marcos Chuva, na altura por quebra de confidenci­alidade no processo, tendo até pedido “a reação da Federação, do Comité Olímpico de Portugal e até do governo”, defendendo que o clube não tinha sido notificado de qualquer irregulari­dade praticada pelo atleta.

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