Utilização de portugueses na I e II Ligas está a diminuir
Percentagem de futebolistas lusos na I Liga desceu de 48% para 43% nos últimos três anos. Na II Liga a tendência é igual
ESTUDO A utilização de jogadores portugueses nas I e II ligas profissionais tem diminuído nos últimos anos. Esta é uma das conclusões de um estudo realizado pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol e foi ontem apresentado num debate na sede do organismo presidido por Joaquim Evangelista.
No que diz respeito à I Liga, há uma quebra pela terceira época consecutiva (a percentagem de jogadores portugueses passou de 48% para 43% em três anos). Na II Liga regista-se uma redução pela quinta temporada consecutiva. Na época 2012-13, 69% dos futebolistas utilizados eram portugueses, enquanto em 2017-18 os jogadores nacionais representam 53% face aos 47% de estrangeiros.
No principal escalão do futebol português, o Vitória de Setúbal é a equipa que mais aposta em jogadores nacionais. Seguem-se o Tondela e o Paços de Ferreira. Já FC Porto e Moreirense são os clubes onde o espaço de afirmação dos jogadores nacionais é menor.
“Este estudo procura refletir sobre o futuro do futebol português, os seus quadros competitivos e a qualidade do jovem futebolista luso. Na I Liga assistiu-se, pela terceira época consecutiva, a uma diminuição da utilização dos jogadores nacionais”, sublinhou Joaquim Evangelista, líder do Sindicato de Jogadores, lembrando que “o mesmo aconteceu na II Liga, cuja tendência é também para a diminuição da aposta nos jogadores nacionais pela quinta época consecutiva”.
José Couceiro, atual treinador do Vitória de Setúbal, a equipa da I Liga que é, a par de Tondela e P. Ferreira, a que mais portugueses utiliza, é especialmente sensível a esta questão. “Quando olho para um grupo de jogadores, não há divisão entre nacionalidades, assim como não há raças nem religiões. O problema é que durante a Lei Bosman houve falta de visão dos reguladores”, disse, deixando mais uma conclusão para tentar inverter esta situação: “Obviamente que concordo que Portugal, estrategicamente, tem de apostar na qualidade dos seus jovens. Nunca vi nenhum jogador evoluir sem jogar.”