O novo futuro do PSD
OPSD tem um novo líder e, apesar da enorme expectativa existente, Rui Rio tem desafios pela frente. O primeiro é unir as diferentes tendências existentes no partido, e que não se limitam às duas candidaturas concorrentes no passado dia 13. De facto, o PSD é um partido heterogéneo a diferentes níveis. No plano ideológico, oscila entre a social-democracia militante, o neoliberalismo assumido ou o neoconservadorismo tradicionalista. Mas, em bom rigor, apesar destas tendências ideológico-programáticas, o PSD nunca se identificou claramente com nenhuma delas exceto nos seus primórdios fundacionais. As tendências são, assim, muito mais pessoalizadas do que ideológicas. E ainda que por vezes existam diferenças bem
RUI NUNES vincadas entre elas, o estilo e a personalidade do líder são geralmente fatores decisivos.
Um dos desafios da nova liderança é então unir pessoas para lá de ideologias. As que estiveram em confronto nas eleições internas mas também outras correntes que não se identificaram cabalmente com nenhuma delas. O momento é portanto de agregar para construir.
Um segundo desafio, que decorre do êxito do primeiro, é o de transformar o PSD num partido alternativo de governo, e não de mera oposição. E para isso devem conjugar-se diversas variáveis. Primeiro, perceber-se que o país está a viver um momento de relativa prosperidade bem além do que se poderia prever há alguns anos. Pelo que o discurso político deve ser reinventado com otimismo e confiança