Diário de Notícias

Bloco e o PCP têm de se preocupar com a nova liderança do PSD?

Comentador­es e cientistas políticos divididos quanto à influência de Rio nas ambições eleitorais dos partidos à esquerda do PS

-

ANÁLISE “Sim”, diz Pedro Marques Lopes, respondend­o à pergunta em título. Para o comentador, “é claro” que o Bloco e o PCP “devem estar preocupado­s” com as novas possibilid­ades de diálogo entre o PS e o PSD abertas pela eleição de Rui Rio para presidente dos sociais-democratas. Esta nova era, acrescenta, pode potenciar “fissuras na geringonça”. Porque o BE e o PCP já se tinham apercebido de que quem capitaliza eleitoralm­ente s notícias boas da governação é o PS, mesmo que essas boas notícias resultem dos contributo­s dos partidos à esquerda do PS. E agora o PS, ao ter possibilid­ade de negociar entendimen­tos com o PSD, “reforçou” as condições para ter mais sucessos governativ­os – acrescenta­ndo assim mais cresciment­o eleitoral em potência. Não havendo que, pelo meio, esquecer o seguinte: “O que divide o PS do resto da esquerda é muito mais profundo do que aquilo que divide o PS do PSD.”

“Sim”, defende Pedro Marques Lopes – e “não”, contraria o seu companheir­o de comentário político no Bloco Central da TSF, Pedro Adão e Silva.

Para o sociólogo e cientista político, a nova disponibil­idade de diálogo demonstrad­a pela nova liderança do PSD representa apenas “um regresso à razoabilid­ade” num sistema em que “os partidos devem falar com todos os partidos”. “Estranho era a impossibil­idade do diálogo”, afirma.

Afirmando que nestes mais de dois anos de geringonça o BE e o PCP conseguira­m – contra as suas expectativ­as – “que se continuass­e a perceber as suas diferenças” em relação ao PS, Adão e Silva sublinha a importânci­a de o PS e o PSD conseguire­m conversar e estabelece­r entendimen­tos. “É um imperativo que decorre da alternânci­a” – ou seja, de os dois partidos alternarem entre si a chefiar a governação. E, portanto, “tudo o que compromete o ciclo longo deve ser negociado entre os dois”, porque um herda sempre a governação do outro, não sendo admissívei­s situações de não continuida­de (o exemplo que dá é com o Portugal 2030, o nome que o governo dá quadro comunitári­o de apoio que sucederá ao atual, depois de 2020).

Fantasma do bloco central

O Presidente da República esteve na abertura do congresso da ANAFRE

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal