Diário de Notícias

Catarina e Jerónimo denunciara­m o perigo do regresso do bloco central com a ascensão de Rio Rio à liderança do PSD. Costa acalmou-os

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No fim de semana passado, tanto Catarina Martins (BE) como Jerónimo de Sousa (PCP) atacaram Rui Rio – e com argumentos muito semelhante­s: o novo líder do PSD representa o regresso do espírito do bloco central (entendimen­tos PS+PSD). O recém-eleito líder do PSD “é a voz dessa direita conservado­ra, dessa direita dos negócios que quer voltar ao bloco central, ao monopólio do negócio, que faz que o poder político se vergue sempre face ao poder económico”, disse Catarina Martins. “Pensamos que, com um bloco central mais ou menos formal, com o PS sozinho ou acompanhad­o por qualquer dessas componente­s, o que pensamos é que não permitirá esta perspetiva de evolução positiva no plano da reposição de rendimento­s e direitos”, acrescenta­ria o líder do PCP, Jerónimo de Sousa.

Ora para outro politólogo, Carlos Jalali, o que explica estas duas intervençõ­es é que ambos os líderes estão a falar para os seus eleitorado­s e para os de mais à esquerda no PS, dizendo isto: “Se quiserem evitar o bloco central, e o que isso implica de perda de direitos, têm de votar em nós.” Além do mais, acrescenta Jalali, enviam também “um sinal para o PS, dizendo-lhe que tem de fazer escolhas”. António Costa Pinto alinha exatamente pelo mesmo diapasão: “O BE e o PCP estão apenas a dizer que vale a pena votar neles para evitar o bloco central.”

Seja como for, a verdade é que depois de Catarina e Jerónimo falarem, António Costa veio a terreiro sublinhar os resultados obtidos: “A primeira coisa a fazer não tem nada de muito imaginativ­o, é simples: seguir o caminho que iniciámos há dois anos, com a companhia com que iniciámos há dois anos.”

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