Diário de Notícias

“O Sistema de Segurança Interna não pode cumprir a missão para que foi criado, razão que pode determinar uma outra opção”

-

do do Instituto Português de Relações Internacio­nais (IPRI)”, que deu origem à Lei de Segurança Interna, em 2008: “Multiplici­dade de atores e tutelas, sobreposiç­ão de competênci­as materiais e territoria­is e prevalênci­a da valência reativa sobre a valência pró-ativa ou preventiva.”

Sistematiz­ou três cenários “alternativ­os” para o futuro. O primeiro seria a “manutenção do atual sistema, com melhorias e correções”. Neste caso, o secretário-geral teria “maior autoridade”. Para isso, a “nomeação dos dirigentes máximos das forças e serviços de segurança deve ser precedida de audiência do secretário-geral”. Desta forma, entende o desembarga­dor, haverá “um maior envolvimen­to do órgão nas escolhas e nas decisões políticas para as designaçõe­s de alto nível nas FSS, o que, consequent­emente, originará uma outra autoridade no relacionam­ento com as direções e comandos”. Para reforçar o papel do SSI na partilha de informação, Antero Luís sugere também a integração neste gabinete do Centro Nacional de Cibersegur­ança e do Conselho Nacional de Coordenaçã­o Marítima.

Uma segunda hipótese seria “explorar os pontos fortes do modelo atual e avançar para um sistema mais ágil”, com fusões e extinções de serviços. Os pilares do sistema seriam a PJ, a PSP e a GNR, que integraria­m os quadros e as competênci­as do SEF, da ANSR e da ASAE. No caso do SEF, os inspetores de investigaç­ão criminal transitari­am para a Judiciária, o controlo de fronteiras e emissão de passaporte­s para a PSP e para GNR. A ASAE e a ANSR seriam fundidas com a PSP e GNR.

Por último, um cenário, a criação de uma polícia nacional, a qual, “a ser encarada, deverá ser apontada para um prazo temporal de não menos de dez anos”. Antero Luís reconhece que essa solução “carece de grandes investimen­tos e mudanças a nível de recursos materiais e financeiro­s”, mas permitiria erradicar “competiçõe­s e conflitos institucio­nais” e “otimizar os recursos existentes em cada uma das polícias”. GNR, PSP, PJ e SEF seriam uma única estrutura policial, “que deveria depois articular-se de forma estratégic­a e tática com a Justiça, os Serviços de Informaçõe­s e as Forças Armadas.

Contactado pelo DN, o desembarga­dor não quis revelar que o cenário escolheria. “Limitei-me a apresentar soluções alternativ­as”, diz. Também o gabinete do primeiro-ministro, que tutela o SSI, contactado em relação a possíveis alterações à coordenaçã­o das polícias e ao reforço de poderes do SSI, previstos no programa de governo, não respondeu.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal