Davis confiante num acordo sobre o brexit em março
Ministro britânico responsável pela saída do país da União Europeia acredita num acordo a 28 na cimeira de 22 e 23 de março
REINO UNIDO O ministro britânico do brexit disse ontem que espera um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia sobre a saída britânica do bloco durante a cimeira de líderes de 22 e 23 de março. A tempo de o país poder sair em março de 2019, dois anos depois de ter ativado o artigo 50.º do Tratado de Lisboa. E três depois de o sim à saída da UE ter vencido o referendo por 52%.
“O nosso objetivo imediato é chegar a um acordo sobre o período de implementação”, declarou David Davis num discurso num comité parlamentar. “Estou confiante de que podemos chegar a um acordo político no Conselho Europeu de março”, precisou, citado pela Reuters e a BBC.
No mesmo discurso, Davis garantiu não haver diferentes pontos de vista em relação às negociações do brexit entre ele, o ministro das Finanças e a primeira-ministra. “O que todos queremos é o melhor para a economia britânica e para o povo britânico. Não há diferenças entre mim, o chanceler e a primeira-ministra”, afirmou, referindo-se a Philip Hammond e Theresa May.
Mergulhadas nalgum caos, as negociações do brexit têm avançado a conta-gotas e nos próximos dias os vários Estados membros deverão clarificar as suas exigências num acordo sobre a saída do Reino Unido da UE. Acordo esse que terá de ser ratificado pelo Parlamento britânico. No meio de tudo isto várias vozes europeias, como as dos presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, respetivamente Donald Tusk e Jean-Claude Juncker, já deram a entender que os britânicos estão sempre a tempo de se arrepender e permanecer na UE. E até o maior ideólogo do brexit, o ex-líder do Ukip Nigel Farage, já admitiu um segundo referendo.
O impacto da ideia do brexit na economia britânica já começou há muito a fazer-se sentir. Segundo o INE britânico, o PIB do Reino Unido cresceu 1,7% em 2017, quando no ano anterior tinha crescido 1,9%. Espera-se clarificação nas negociações para que a economia volte a acelerar, disse ontem o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney.