Diário de Notícias

Embaixador venezuelan­o vai ser expulso de Espanha

Portugal não compreende atitude do regime de Maduro e vai reavaliar em 2019 Orçamento para regresso de emigrantes

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VENEZUELA Um dia depois de Nicolás Maduro ter decidido expulsar o embaixador espanhol na Venezuela, a Espanha respondeu ontem na mesma moeda e anunciou que decidiu expulsar o embaixador venezuelan­o. Assim, Jesús Silva volta a Madrid, Mario Isea regressa a Caracas.

O regime de Maduro justificou a decisão com as “contínuas agressões e repetidos atos de ingerência nos assuntos internos do país por parte do governo espanhol”. Em Caracas, o novo pacote de sanções da UE à Venezuela foi recebido como medida “aplicada de maneira errática e unilateral” que teve mão do governo de Mariano Rajoy.

Na quinta-feira, em Davos, o ministro dos Negócios Estrangeir­os espanhol, Alfonso Datis, disse que iriam ser tomadas “medidas de reciprocid­ade proporcion­adas”. Datis insistiu que a Espanha teria de adotar “uma reação bilateral” para além daquilo que faça a UE. O chefe da diplomacia rejeitou todas as acusações da Venezuela, lembrando que as sanções foram decididas por unanimidad­e entre os 28.

Instado a comentar o tema, o ministro dos Negócios Estrangeir­os português, Augusto Santos Silva, afirmou “não compreende­r os fundamento­s da decisão inamistosa” que a Venezuela tomou. “Vejo com muita preocupaçã­o, a UE já emitiu uma declaração, concertada entre todos, incluindo Portugal, que é muito clara ao condenar a atitude inamistosa das autoridade­s venezuelan­as”, disse Santos Silva à Lusa, à margem de um fórum empresaria­l entre Portugal e o Vietname, que decorreu ontem em Lisboa.

No mesmo dia, no Funchal, o secretário de Estado das Comunidade­s Portuguesa­s lembrou que estão inscritos 2,5 milhões de euros no Orçamento do Estado para apoiar emigrantes da Venezuela. E indicou que em 2019 “far-se-á de novo uma avaliação das necessidad­es”. O governo da Madeira estimou em três milhões de euros os custos do regresso de quatro mil emigrantes que viviam na Venezuela. José Luís Carneiro insistiu que “os impactos do regresso temporário terão a solidaried­ade do governo da República”.

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