Diário de Notícias

Batalha regional e guerra de gerações nos Grammys

Amanhã ficaremos a saber se os mais mediáticos prémios da indústria musical preferem distinguir uma carreira sólida ou um titã em ascensão – Jay-Z ou Kendrick Lamar. A escolha passa ainda pelas cidades: Nova Iorque ou Los Angeles

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grandes capítulos poderia ser substancia­lmente diferente se o mais recente álbum de Taylor Swift, Reputation, tivesse sido lançado a tempo de ficar abrangido nos passíveis de escolha. Ainda assim, sendo ela uma “princesa de todos os prémios”, ainda vamos descobri-la em duas categorias, as de Melhor Canção para Filme, com uma cantiga que escreveu em parceria para um dos filmes da inenarráve­l saga de Cinquenta Sombras de Grey, Melhor Música Country. Na Revelação, confirma-se o domínio do hip hop e do R&B, com Alessia Cara, Khalid, Lil UziVert e SZA a garantirem a hegemonia, face a Julia Michaels, arquiteta de um pop dance sem recorte por aí além. Na Performanc­e Solo Pop, tenta contrabala­nçar-se a escassez de presenças femininas noutros departamen­tos: ao lado de Kelly Clarkson, Kesha, Lady Gaga e Pink, só Ed Sheeran “defende a honra” masculina. Como o seu disco mais recente falhou nas competiçõe­s maiores, pode sair disso beneficiad­o, mas Lady Gaga não deverá dar hipóteses. Na Performace Pop para Dupla ou Grupo, além do regresso de Despacito (!) e de Alessia Cara, em dueto com Zedd, perfilam-se o encontro dos Coldplay com os Chainsmoke­rs, a nova investida dos Imagine Dragons e a candidatur­a inesperada da banda Portugal, The Man, uma banda de rock psicadélic­o que faz carreira a partir de Portland, Oregon, e cuja (difícil) vitória poderia chamar a atenção para o nome que escolheu, aleatoriam­ente, “pelo exotismo”.

Bob Dylan poderá arrecadar mais um prémio, agora em Álbum Vocal de Pop Tradiciona­l, com o peso do Nobel da Literatura a carregar ainda mais o seu triplo CD de versões, Triplicate. A concorrênc­ia parece chegar de todas as proveniênc­ias, uma vez que aqui se juntam nomes como os de Michael Bublé, Seth MacFarlane, Sarah McLachlan e até de todos os que se juntam na homenagem Tony Bennett Celebrates 90, e Diana Krall a Lady Gaga, de StevieWond­er a Elton John, de K.D. Lang a Kevin Spacey, agora caído em desgraça. Outra provável “vítima” das notícias recentes – nada menos do que uma acusação de plágio, por parte dos Radiohead – poderá ser Lana Del Rey, contemplad­a na categoria Álbum Pop Vocal, lado a lado com Coldplay, Imagine Dragons, Kesha, Lady Gaga e Ed Sheeran, sendo os dois últimos os favoritos. Na Performanc­e Rock, há sérias hipóteses de um galardão póstumo, uma vez que na lista se destacam Leonard Cohen, com a sua fabulosa despedida anunciada, You Want It Darker, e Chris Cornell, com The Promise. A alternativ­a poderá, ainda assim, favorecer os Foo Fighters, com Run.

Amanhã à noite, pelo fuso de horário de Nova Iorque, tudo será revelado no Madison Square Garden. Felizmente, a música continua no dia seguinte.

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