Informação foi determinante para a PJ conseguir agir
Em poucos dias conseguiu-se apreender as moedas mas a sua entrega por Espanha a Portugal demorou mais de um ano
POLÍCIA “Conseguimos dar uma resposta adequada e eficaz e para isso o professor Rui Centeno foi determinante. Deu-nos toda a informação sobre a moeda e onde se encontrava”, reconheceu ao DN Pedro Silva, coordenador da brigada que investiga os furtos e falsificação de obras de arte na Diretoria do Norte da Polícia Judiciária (PJ).
Perante o “conhecimento da matéria, devido a ter estudado o lote furtado”, as informações de Rui Centeno foram decisivas para o trabalho da polícia de investigação criminal. “É um especialista, ou não fosse presidente da Sociedade Portuguesa de Numismática, e tinha detetado a colocação da moeda no mercado”, explica Pedro Silva. Os procedimentos da PJ foram imediatos em 2016. Foi contactada a congénere espanhola e a cooperação foi eficaz. “Os protocolos de contacto com Espanha funcionaram e foi possível chegar ao consignante do negócio rapidamente. Ainda tinha mais moedas e conseguiu-se recuperar estas dez.”
Esta fase foi rápida, mas o regresso deste património a Portugal foi mais demorado. “Burocracia pura e dura, nos meios judiciais e diplomáticos”, admite o coordenador da PJ. Depois dos trâmites legais, as autoridades espanholas acharam por bem realizar uma cerimónia de entrega das moedas na Embaixada de Portugal em Madrid. Foi necessário conciliar datas. “E entretanto passou um ano”, diz Pedro Silva. Elementos da PJ foram à capital espanhola para trazer o lote. Apesar das certezas foram realizadas perícias. “Indicámos ao Ministério Público o próprio Rui Centeno e foi aceite.” Depois foi preciso esperar que a Direção-Geral do Património Cultural designasse o local onde iriam ficar.
A comunicação de Rui Centeno levou à abertura do inquérito. “O caso estava arquivado e até prescrito. Se hoje chegássemos aos autores do furto, já não haveria procedimento criminal”, diz o elemento da PJ, que da sua experiência não se recorda da recuperação de património tão antigo. “Temos sempre casos de pessoas que alertam ou denunciam sobre negócios ilegais com obras de arte. Mas como este caso é muito raro.” D.M.