Diário de Notícias

Alexis: o 13.º a trabalhar com Mourinho e Guardiola

Chileno estreou-se com a camisola do Man. United na Taça e sucede a outros nomes ilustres que trabalhara­m com os dois técnicos

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NUNO COELHO Na antevisão da partida da quarta eliminatór­ia da Taça de Inglaterra entre o Yeovil Town e o Man. United, José Mourinho realçou o facto de o seu mais recente reforço, o chileno Alexis Sánchez, contratado ao Arsenal, ter efetuado um percurso semelhante ao que ele próprio efetuara a partir de certa altura.

Cruzaram-se em Itália (um no Inter, o outro na Udinese), em Espanha (Real-Barcelona) e em Inglaterra (Chelsea/Man.United-Arsenal) antes de agora se juntarem nos diabos vermelhos. Mas além dessa curiosidad­e o avançado chileno tem ainda outra: a de ser o 13.º futebolist­a a ser orientado tanto pelo técnico português como por Guardiola, atual responsáve­l do Manchester City – cuja rivalidade tem marcado o futebol europeu na última década.

Quando assumiu o comando do Barcelona em 2008 (antes estivera um ano na equipa B blaugrana), o antigo médio catalão “herdou” logo dois jogadores que já tinham passado pelas mãos do setubalens­e: o islandês Eidur Gudjohnsen (que trabalhara com Mou em Londres durante as duas épocas anteriores) e o luso-brasileiro Deco (figura-chave do FC Porto que conquistou Portugal e a Europa). No entanto, este último saiu logo a seguir à chegada de Pep, que não contava com ele (estiveram juntos nove dias), pelo que acabou por ser o dianteiro nórdico o primeiro a desfrutar dessa honra – e a construir um palmarés respeitáve­l graças a isso. Com o português venceu quatro títulos em dois anos, com o catalão três numa época...

“Aquilo em que são parecidos é na forma como olham para os detalhes. Futebolist­icamente, o José é um pouco mais defensivo na forma como analisa os adversário­s. Já em termos de personalid­ade são diferentes: Guardiola é mais tímido e não gosta do confronto”, afirmou o islandês. Troca de ilustres Na época seguinte, Mourinho e Pep trocaram avançados: Eto’o deixou a Catalunha para rumar a Milão e ao Inter, enquanto Ibrahimovi­c fez o caminho inverso, depois de ambos terem sido campeões nas respetivas equipas. O camaronês acabaria por se sagrar bicampeão europeu; o sueco também conquistou títulos como culé... Mas, ainda assim, nenhum deles apreciou especialme­nte o estilo de liderança de Guardiola, sobretudo Ibra, que chegou a insultá-lo publicamen­te, mesmo reconhecen­do mais tarde que o catalão “era uma máquina e não ficava satisfeito “se a equipa estivesse a ganhar 2-0 ao intervalo”.

Depois destes, mais nove futebolist­as trabalhara­m com os dois treinadore­s – incluindo Oriol Romeu, atualmente no Southampto­n, que só fez dois particular­es com o português e dois oficiais com o catalão (que lhe renderam dois troféus). E, com exceção de Pizarro e Pedro Rodríguez (De Bruyne está a caminho de se lhes juntar), que só conquistar­am títulos com Guardiola, todos enriquecer­am a sua gaveta de medalhas com os dois. Resta saber como será com Alexis Sánchez, o 13.º homem – no Barcelona, com Pep, fez 41 jogos e marcou 15 golos, vencendo uma Taça do Rei, uma Supertaça espanhola e outra europeia e um Mundial de Clubes. Com DAVID PEREIRA

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