Diário de Notícias

Roger Federer assegura 30.ª final do Grand Slam, à procura do 20.º título

Suíço é o mais velho finalista dos últimos 46 anos, depois de o coreano Chung ter desistido com bolhas nos pés

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OPEN DA AUSTRÁLIA Numa altura em que se multiplica­m os casos de lesões, não deixa de ser irónico que o tenista mais em forma seja também o mais velho entre os jogadores do top 30 do circuito ATP. Mas quando o protagonis­ta é Roger Federer já se sabe que falamos de um fenómeno que desafia todas as convenções. Ontem, aos 36 anos e 173 dias, o suíço tornou-se o mais velho tenista a chegar à final do Open da Austrália desde 1972.

No aguardado duelo geracional com a sensação sul-coreana Hyeon Chung, de apenas 21 anos, Federer beneficiou da desistênci­a do jovem adversário perto do final do segundo set, ao final de uma hora na qual o suíço tinha dominado por completo o rival, com 6-1 e 5-2 no marcador.

Incapaz de superar a dor provocada por bolhas nos pés, Chung estendeu a passadeira para Federer chegar à sua sétima final do Open da Austrália – um recorde na Era Open (desde 1968), igualando o registo do histórico australian­o Roy Emerson (entre 1961 e 1967) – e à 30.ª final de um torneio do Grand Slam, mais um recorde no ténis masculino (três mulheres conseguira­m já superar essa fasquia: Chris Evert, Martina Navratilov­a e Steffi Graf ).

Agora, só o croata Marin Cilic separa Roger Federer de mais uma marca inédita: um 20.º título do Grand Slam. O que, a acontecer, será a primeira vez nos últimos dez anos que o suíço conseguirá defender com êxito um major conquistad­o no ano anterior. Dados que reforçam a extraordin­ária capacidade de renovação que Federer tem mostrado precisamen­te desde o início da temporada passada, quando voltou de uma longa recuperaçã­o de lesão para, de forma surpreende­nte na altura, reclamar a vitória neste Open da Austrália e interrompe­r um jejum de cinco anos sem troféus do Grand Slam, com um título que deu o mote para um novo período dourado na carreira do antigo n.º1 mundial.

Ontem, questionad­o sobre isso mesmo por outro antigo líder do ATP, Jim Courier, após a passagem à final, Federer admitiu que “há um ano não pensaria estar a viver isto”. “Na altura, se me oferecesse­m mais um título do Grand Slam antes de me retirar, eu teria aceitado. Agora já tenho mais dois e estou a uma partida de poder acrescenta­r o terceiro”, disse.

Na final de domingo, a lenda suíça vai reencontra­r o croata Marin Cilic, a vítima final do seu 19.º título do Grand Slam, emWimbledo­n, em julho passado. Para Cilic, esta será a sua terceira final de um grande torneio e a hipótese de chegar a um segundo título major, depois da conquista do US Open em 2014, no qual obteve (nas meias-finais) a sua única vitória sobre Federer em oito duelos.

O suíço mostra respeito pelo adversário. “Ele tem um jogo poderoso, como demonstrou contra o Rafa [Nadal] e contra [Kyle]Edmund.” E revela que até treinaram e conviveram juntos nas ilhas Maldivas durante as férias de pré-época. “Eu cheguei lá primeiro”, brinca Federer, numa frase que se poderá aplicar a vários dos feitos da sua carreira. Será o 20.º título de Grand Slam mais um deles? R.F.

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