Diário de Notícias

Os mecanismos para combater o desemprego jovem a partir do ensino superior têm de ser múltiplos, diretos e indiretos

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ensino superior e a quantidade de bolsas de doutoramen­to financiada­s pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia potenciam duas reflexões. A primeira delas sobre os mecanismos de ação social no ensino superior: são suficiente­s? Faz ou não sentido rever o Regulament­o de Atribuição de Bolsas de Ação Social do Ensino Superior para garantir uma maior abrangênci­a? A segunda sobre o financiame­nto do Sistema Científico e Tecnológic­o Nacional (STCN): as cativações a que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia foi sujeita puseram ou não em causa a execução do Programa de Estímulo ao Emprego Científico? A falha a que assistimos até agora na aplicação da Lei 57/2017 serviu de desculpa para os reitores não contratare­m?

É possível combater o desemprego jovem a partir do ensino superior? Sim. Os mecanismos para esse fim têm de ser múltiplos, diretos e indiretos. Um desses exemplos é o estímulo ao ingresso no ensino superior, não só através do contingent­e normal como a partir de programas como o +23. Combater o abandono escolar e atacar a precarieda­de na ciência são, claramente, duas saídas eficazes para o efeito. Haja vontade política para questionar o défice cego, que impede um maior financiame­nto do setor, e o que hoje é assumido como despesa rapidament­e se transforma­rá em investimen­to essencial ao progresso do país.

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