Diário de Notícias

Sindicato lembra que PGR pode continuar

O Sindicato dos Magistrado­s do Ministério Público (SMMP) apela a uma maior autonomia para os procurador­es

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CONGRESSO O mandato de seis anos previsto na lei para o cargo de procurador-geral da República pode ser prolongado. Esta é uma das conclusões do congresso do Sindicato dos Magistrado­s do Ministério Público (SMMP), que terminou ontem no Funchal, contrarian­do assim a opinião “jurídica” da ministra da Justiça, Francisca van Dunem. A governante tinha defendido que este mandato era único, tendo em conta a interpreta­ção que fazia da Constituiç­ão, provocando aceso debate sobre o futuro da atual PGR, Joana Marques Vidal, que completa os seis anos em outubro.

O SMMP vem agora afirmar que este mandato “não tem a duração de seis anos: pode ter menos em caso de acordo entre ambos os órgãos do poder executivo, no sentido da exoneração; mas também pode ter mais de seis anos se não houver acordo. O mandato não termina, pois, pela caducidade mas sim pela exoneração”.

Entre as conclusões do congresso, que contou com a presença de dezenas de magistrado­s, entre os quais a própria procurador­a, destaca-se um conjunto de “diversific­ados problemas” com que se confronta a “autonomia e a independên­cia do MP”. A “falta de magistrado­s” e a “falta gritante de funcionári­os para dar apoio à execução das decisões dos magistrado­s” estão entre esses problemas. De acordo com o membro do Conselho Superior do MP Carlos Teixeira, até 2021 vão entrar 191 magistrado­s no Ministério Público, mas, tendo em conta que há muitos que saem por diversos motivos, poderá haver uma carência de magistrado­s em 2021 que se situará entre 33 e 203, dependendo do número de jubilações que possam ocorrer até essa altura”, alertou. “Se faltarem os 203 em 2021, pode haver colapso de alguns serviços, não digo que seja em toda a estrutura do Ministério Público”, acrescento­u.

O SMMP destaca também “a falta de assessoria­s especializ­adas na criminalid­ade complexa, designadam­ente a económico-financeira” e a “depauperiz­ação dos quadros da PJ, com consequênc­ias para a investigaç­ão criminal”. V.M.

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