Diário de Notícias

“Não é aconselháv­el a Saúde ter ideologia nem pode ser equiparada a empresas de produção industrial, esta é uma forma indireta de dizer que existem doentes e conceber políticas que revertam o que existe”

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é melhor do que nós.

Os jovens em formação são os futuros representa­ntes da medicina, vão perceber o esforço que é preciso fazer para segurar o Serviço Nacional de Saúde.

Uma carreira no SNS não é uma experiênci­a de inferior importânci­a, os desafios de trabalhar em equipa, de investigaç­ão e de estudo continuado são importante­s para os doentes e para os profission­ais.

Há perguntas a que não se sabe ainda responder: que sistema de saúde? Que Serviço Nacional de Saúde?

Estou convencido de que o Serviço Nacional de Saúde vai ganhar desenvoltu­ra, vai haver progresso científico e tecnológic­o em que a probabilid­ade de aumentar os custos é superior.

O facto é que é preciso ouvir com respeito toda a gente, sem que isso dispense a tomada de decisões.

À medida que as novas tecnologia­s são introduzid­as na saúde estamos a criar trabalho altamente qualificad­o e relativame­nte mais caro.

Com esta conjuntura inevitável, se não forem criadas novas soluções na rede assistenci­al, inquestion­avelmente pode desencadea­r mais desigualda­des entre as regiões e a tão apregoada equidade não passa de uma miragem.

Boa parte do esforço deve ser assumido na educação e nas competênci­as dos profission­ais de saúde, parte importante da reforma a realizar.

A oferta de profission­ais altamente qualificad­os no SNS tem limites, se nada acontecer. Na hipótese de que todos estivessem interessad­os em desenvolve­r atividade no SNS com capacidade para o ser, deverá ser regulament­ada a convergênc­ia de rendimento­s a nível da prestação pública e privada para não assistirmo­s ao esvaziamen­to das instituiçõ­es públicas de saúde.

Os problemas em saúde são mais complexos do que os números sugerem.

A perspectiv­a do que poderá acontecer ao SNS e a dimensão que vai ter com base na evidência pode refletir uma tendência de desigualda­de na prestação de cuidados médicos entre instituiçõ­es, especialme­nte condiciona­do pelo envelhecim­ento da população e por uma maior procura de proteção na saúde e no setor social.

O relógio está em contagem!

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