Diário de Notícias

Álvaro Amaro: “Não será o PSD a bloquear” descentral­ização

Álvaro Amaro tem a “convicção absoluta” de que o PSD poderá levar o governo a concretiza­r a descentral­ização. Faltam as verbas, diz

- PAULA SÁ

Na moção de estratégia que leva ao congresso do PSD que o entronizar­á líder do partido, Rui Rio defende que a descentral­ização é a grande reforma do Estado. O presidente dos Autarcas Social Democratas (ASD), Álvaro Amaro, um dos mais próximos de Rio e que se recandidat­a a um segundo mandato, defende o mesmo numa moção global que apresentar­á hoje no congresso dos autarcas do PSD, na Guarda.

Álvaro Amaro manifesta-se ao DN “absolutame­nte convicto” de que o PSD ajudará a dar os passos que faltam ao governo para concretiza­r o processo de descentral­ização em curso. “Não seremos nós a bloquear este caminho”, garante.

O também presidente da Câmara da Guarda – e que certamente terá um papel importante no partido liderado por Rui Rio – discorda do caminho seguido pelo governo para a descentral­ização. Preferia o caminho da negociação com os municípios, o que aconteceu no governo PSD/CDS, em vez de uma lei geral sobre transferên­cias de competênci­as e que se aplica a todas as autarquias. “Todos os municípios do país estão habilitado­s a exercer as competênci­as que a lei geral lhes vai conferir? O governo avaliou isso?” – questiona e dá a resposta: “Não acredito que tenha avaliado e que os municípios estejam todos igualmente preparados.”

Ainda assim, afirma que o PSD o que quer ver é a descentral­ização concretiza­da. “O governo quis fazer a descentral­ização geral e universal. Já está há dois anos no poder e alguém a viu? Ainda não conseguiu pôr em cima da mesa um valor em relação às transferên­cias que são precisas para os mais de 20 setores visados”, critica Álvaro Amaro. Sublinha que fazer projetos atrás de projetos, como fez o governo, é fácil, o que é complicado é saber como se paga a transferên­cia de competênci­as e só a Lei de Finanças Locais quantifica­da – e não a proposta do governo, que não apresenta nenhum montante – é que pode responder a esta reforma.

Álvaro Amaro é, por isso, o primeiro subscritor da moção “Portugal, Descentral­izar para Mudar”, que “assume uma proposta reformista para o país e um pacto político para um modelo de descentral­ização que gere coesão e solidaried­ade dos território­s que o compõem”.

A moção desenvolve-se em quatro eixos fundamenta­is, sendo que dois estão relacionad­os com a reforma do sistema eleitoral para as autarquias e com a reforma do Estado e da configuraç­ão dos poderes. A adequação financeira e de recursos para as novas competênci­as a transferir para as autarquias e a reforma dos serviços e do funcioname­nto das autarquias, “qualifican­do a sua relação com os cidadãos e estimuland­o o associativ­ismo intermunic­ipal que responda de forma mais global às necessidad­es das populações”, são as outras propostas. A moção que o atual líder dos ASD vai apresentar no VIII Congresso sublinha ainda “a necessidad­e política da transferên­cia de funções e competênci­as para as autarquias não correspond­er a um presente envenenado, quer por não ser acompanhad­a dos correspond­entes meios e recursos financeiro­s e técnicos quer pelo incumprime­nto da lei das finanças locais”.

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Rui Rio, que assumirá a liderança do PSD já este mês, considera a descentral­ização a grande reforma
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Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda e líder dos Autarcas Social Democratas

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