Diário de Notícias

Governo deve cumprir a lei, exigem polícias e militares

CARREIRAS Estruturas sindicais e socioprofi­ssionais da PSP, GNR e Forças Armadas lembram que descongela­r carreiras implica negociar

- MANUEL CARLOS FREIRE

As associaçõe­s e sindicatos das forças de segurança e das Forças Armadas marcaram ontem um encontro nacional, em Lisboa, para o próximo dia 20. Em causa o silêncio dos ministério­s da Administra­ção Interna e da Defesa para desbloquea­r as carreiras profission­ais.

Em causa está o artigo 19.º do Orçamento do Estado deste ano, que diz existirem negociaçõe­s entre as partes para desbloquea­r as carreiras profission­ais dos militares e polícias: “A expressão remunerató­ria do tempo de serviço nas carreiras, cargos ou categorias integradas em corpos especiais [...] é considerad­a em processo negocial com vista a definir o prazo e o modo para a sua concretiza­ção, tendo em conta a sustentabi­lidade e compatibil­ização com os recursos disponívei­s.”

“Para já, nada está a ser tratado e a lei não está a ser cumprida”, disse ao DN o presidente da Associação Nacional de Sargentos (ANS), Mário Ramos, no final da reunião na sede da Associação Sindical dos Profission­ais da Polícia, em que participar­am representa­ntes dos agentes da PSP, dos militares da GNR e das Forças Armadas.

O encontro nacional, aberto a todos os elementos daqueles corpos especiais do Estado, visa aprovar um documento para entregar na residência oficial do primeiro-ministro. Os presentes na reunião de ontem já tinham enviado um ofício sobre a matéria a António Costa, há cerca de duas semanas.

O chefe do governo “respondeu e encaminhou” o caso para os respetivos ministério­s mas sem resultados, por isso “queremos saber quem nos vai receber e onde” porque “não podemos ficar à espera de que queiram resolver” essa matéria “em dezembro” deste ano quando os efeitos dos descongela­mentos das carreiras se reportam a 1 de janeiro, disse o líder da ANS. Nas Forças Armadas, “temos de perceber como é que o descongela­mento das carreiras se vai aplicar a nós”, uma vez que nem todas as progressõe­s a ocorrer terão impactos financeiro­s porque houve promoções. “É só isso que queremos”, insistiu.

Os ministério­s não respondera­m ao DN até ao fecho desta edição.

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