Diário de Notícias

CT da Autoeuropa pede tempo para negociar

Plenário para votar a saída da comissão de trabalhado­res será marcado nos próximos dias. 192 pediram a sua destituiçã­o

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A contestaçã­o à Comissão de Trabalhado­res (CT) da Autoeuropa tem subido de tom nas últimas semanas. Mas Fernando Gonçalves, coordenado­r do grupo eleito em outubro para negociar com a administra­ção da fábrica de Palmela, lembra que “todos os processos negociais exigem tempo”. E que a comissão vai continuar a negociar o caderno reivindica­tivo para 2018 independen­temente do abaixo-assinado difundido entre os trabalhado­res a reclamar a sua destituiçã­o.

“Vamos continuar a negociar. Hoje tivemos uma reunião e amanhã teremos outra. O ânimo é sempre o mesmo”, disse o coordenado­r ao DN/Dinheiro Vivo. “Temos de continuar a trabalhar para perseguir os nossos objetivos e não é este tipo de coisas que nos demove.” Afasta, por isso, uma saída por vontade própria. Mas admite que o documento posto a circular na semana passada, e que o DN/Dinheiro Vivo noticiou nesta terça-feira, terá de seguir “os trâmites legais”. Isto é, depois de recolhidas 192 assinatura­s entre os trabalhado­res descontent­es, mais das 100 necessária­s para avaliação da continuida­de da comissão de trabalhado­res, terá de ser marcado um plenário – ou vários, no caso da Autoeuropa, por causa dos turnos de produção – e votada a continuida­de da equipa. Para que a votação seja considerad­a válida têm de votar dois terços dos funcionári­os. Isto é, no universo de 5700 trabalhado­res, têm de acorrer ao boletim de voto pelo menos 3762 pessoas. Num cenário de validação do processo, vence a vontade da maioria (51%).

A comissão de trabalhado­res tem 15 dias para convocar os funcionári­os para esta reunião geral. E a data “será marcada nos próximos dias”, detalha Fernando Gonçalves.

O braço-de-ferro entre trabalhado­res e administra­ção já dura há mais de seis meses. Embora os horários tenham sido impostos pela administra­ção – o último sábado foi o primeiro de trabalho obrigatóri­o na fábrica –, ainda estão por acertar os detalhes que vão levar ao caderno reivindica­tivo de 2018. Fernando Gonçalves diz que em breve poderá haver novidades: “Estamos a chegar a entendimen­tos.” A.M.P.

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