Diário de Notícias

Os perigos que esperam o Sporting em Astana

Benfica jogou ali em 2015 e um elemento dessa comitiva recorda a dificuldad­e em respirar devido ao ar condiciona­do do estádio

- CARLOS NOGUEIRA

A equipa do Sporting partiu ontem à noite para Astana, no Cazaquistã­o, para aquela que é a viagem mais longa das provas da UEFA. Serão cerca de oito horas de viagem que os jogadores fizeram a dormir, uma vez que a equipa técnica dos leões optou por manter o fuso horário de Lisboa, evitando assim a adaptação a um horário de mais seis horas na capital cazaque.

Aliás, este foi o procedimen­to adotado pelo Benfica em novembro de 2015 quando ali foi jogar para a Champions. Um dos membros da comitiva encarnada na altura, que preferiu o anonimato, explicou ao DN que nessa deslocação o grupo “almoçava e jantava a horas impróprias para os cazaques”, pois, para se ter uma ideia, o jantar era servido às 02.00 da manhã, hora local. “Evitámos a adaptação ao fuso horário, até porque era uma deslocação de poucos dias e tínhamos um jogo no fim de semana seguinte”, explicou.

Os principais problemas com que a equipa do Sporting se vai debater em Astana prendem-se sobretudo com a adaptação ao relvado sintético. “Os nossos jogadores tiveram de usar botas com pitões de borracha e mesmo assim a adaptação ao piso é difícil porque a aquele tipo de relva torna o jogo mais rápido e por isso é que o Benfica começou tão mal o jogo”, recorda, apontando desde logo outro problema: “O estádio é fechado, a temperatur­a lá dentro é agradável [cerca de 16 graus], mas o ar condiciona­do dificulta a respiração dos atletas. A adaptação da véspera é importante, mas em jogo é sempre diferente, até porque os jogadores do Astana estão habituados àquelas condições.”

Assim sendo, o frio – cerca de 16 graus negativos à hora do jogo – não será um problema para os jogadores do Sporting no Cazaquistã­o, uma vez que, à semelhança do que fez o Benfica, só deverão ter contacto com a temperatur­a exterior nas viagens entre o aeroporto, o hotel e o estádio. “Nós não saímos do hotel porque estavam 20 graus negativos, por isso houve pouco contacto com essa realidade”, conta a mesma fonte, consideran­do que a equipa do Astana acaba por ser “o menor dos problemas”, pois “as equipas portuguesa­s têm muito mais qualidade”. “O nosso início de jogo lá foi muito complicado, chegámos a estar a perder por 2-0, mas depois com a melhor adaptação às condições do piso e do estádio acabámos por empatar com dois golos do Raúl Jiménez”, recorda, lembrando que na viagem de regresso a Lisboa, já com o apuramento garantido, a comitiva, que já estava a dormir, apanhou “um grande susto com uma turbulênci­a fora do normal”.

Bruno avisado e Mathieu ausente

A comitiva leonina partiu para o Cazaquistã­o, onde amanhã (16.00 horas) defronta o Astana para os 16-avos-de-final da Liga Europa, com o presidente Bruno de Carvalho, que ontem recebeu “um aviso” do Comité de Ética e Disciplina da UEFA. Na prática foi-lhe aberto um procedimen­to disciplina­r por ter criticado os árbitros dos jogos com Juventus e Barcelona nas redes sociais, razão pela qual poderá ser castigado se repetir as críticas.

Entre os convocados, destaque para a ausência do francês Mathieu, que fica em Lisboa, tal como Bas Dost e Podence. Em contrapart­ida, foram chamados Rafael Leão e o guarda-redes Luís Maximiano. O treinador Jorge Jesus admitiu não ter conhecimen­to profundo sobre o Astana e avisou: “É um adversário forte em casa e que vai discutir a eliminatór­ia.”

Tal como o Benfica em 2015, o Sporting manterá os horários de Lisboa. Será escasso o contacto com o frio e o início de jogo pode ser crítico

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Jorge Jesus diz conhecer pouco do Astana e ficou sem Mathieu

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