Diário de Notícias

Joni Brandão volta aos grandes palcos entre um pelotão de elite

Corredor do Sporting-Tavira falhou segunda parte da época passada devido à doença do beijo. Recomeçou do zero e é uma das referência­s na Volta ao Algarve que arranca hoje

- HÉLIO NASCIMENTO

Vencedores de seis das últimas sete edições, Richie Porte, Tony Martin, Geraint Thomas e Michal Kwiatkwosk­i estão de novo presentes

A Volta ao Algarve em bicicleta arranca hoje (12.00) com mais um pelotão carregado de figuras de elite internacio­nal, como tem sido imagem de marca da prova ano após ano. Mas assinala também o regresso de Joni Brandão às corridas mais mediáticas e importante­s do ciclismo, depois de uma longa ausência, anunciada nas vésperas do arranque da última Volta a Portugal, por motivo de doença, numa altura em que o então novo reforço do Sporting-Tavira era apontado como um dos favoritos.

Agora, depois das primeiras pedaladas no Gabão e na Prova de Abertura, o corredor natural de Travanca diz que está com uma “saúde perfeita” e preparado para continuar a somar “mais quilómetro­s de competição”, apesar de não estar ainda no melhor momento de forma – mas promete “voltar ao máximo nível a curto prazo”.

Para trás ficaram meses complicado­s, de bastante sofrimento. “Sobretudo por não competir e não poder ajudar os meus colegas na discussão das corridas”, diz. Joni Brandão esteve totalmente parado durante três meses e depois recomeçou “do zero”, salientand­o os momentos difíceis e, em particular, o primeiro treino depois da doença. “Ninguém espera um problema destes. Tocou-me a mim. Preferi não falar do assunto, também por uma questão de privacidad­e, e só lamento algumas especulaçõ­es que então vieram e lume”, assinala o ciclista, vítima de uma mononucleo­se infecciosa – conhecida como a doença do beijo –, causada por um vírus, em que se verifica o aumento do número de linfócitos no sangue, com fortes sintomas de fadiga.

O mau tempo, porém, já lá vai. Joni Brandão sustenta só querer “olhar para a frente” e acredita poder ajudar um colega a ficar no top 10 da Volta ao Algarve, que é o principal objetivo do Sporting-Tavira para esta prova. “Temos ambições e vamos lutar por uma boa posição na geral, já que ganhar a prova é bastante complicado, em virtude da concorrênc­ia e das boas equipas participan­tes. Mas nós estamos moralizado­s e é possível a obtenção de bons resultados”, acres- centa, aludindo ao facto de “a base da equipa se manter e os reforços serem reais mais-valias”. Dos três novos elementos da formação, dois deles vão pedalar no Algarve: o russo Alexander Grigoryev e o italiano Nicola Toffali.

Cinco etapas, muitos ases

A Volta ao Algarve arranca hoje de Albufeira, com chegada a Lagos, comportand­o o figurino que faz da prova uma referência internacio­nal, incluindo duas etapas de montanha (Foia e Malhão), um contrarrel­ógio (Lagoa-Lagoa) e uma outra etapa destinada a roladores e sprinters, com a meta em Tavira. Ao todo, cinco tiradas, num total de 773,5 quilómetro­s, com 173 corredores de 25 equipas, 13 do World Tour – a primeira divisão do ciclismo –, três continenta­is profission­ais e nove continenta­is portuguesa­s. Entre os inscritos, contam-se 19 corredores do top 80 mundial, dois deles do top 10: o polaco Michal Kwiatkowsk­i (8.º) e o belga Philippe Gilbert (10.º).

A Algarvia vai ser transmitid­a para 120 países, operação a cargo da Eurosport, que, com a TVI24, oferece para Portugal os diretos dos cinco dias. A importânci­a da prova é por demais conhecida, sem paralelo no mediatismo das corridas em solo luso, com uma particular­idade elucidativ­a: reúne, como já se disse, 13 equipas do World Tour, suplantand­o a Volta a Omã, com nove, e a Volta a Andaluzia, com sete, eventos que se realizam igualmente nesta semana. O lote de inscritos, de resto, é mais uma vez de primeira linha, com destaque para Richie Porte (BMC), Tony Martin (Katusha), Geraint Thomas e Michal Kwiatkwosk­i (Sky), que, entre si, venceram seis das últimas sete edições daVolta ao Algarve. Mas há mais, casos de Tejay van Garderen (BMC), Bob Jungels (Quick-Step Floors), Louis Meintjes e Serge Pauwels (Dimension Data), Simon Spilak (Katusha), Sam Oomen (Sunweb), Bauke Mollema ( Trek-Segafredo) e Daniel Martin (UAE Team Emirates), todos eles capazes de lutar pela amarela.

Entre os emigrantes portuguese­s, e apesar da ausência de Rui Costa e Amaro Antunes, oportunida­de para Nelson Oliveira e Nuno Bico (Movistar), José Gonçalves e Tiago Machado (Katusha), Rúben Guerreiro (Trek-Segafredo), Joaquim Silva e Rafael Reis (Caixa Rural) confirmare­m o porquê de pedalarem na alta-roda mundial. E há ainda um “tal” de Venceslau Fernandes, filho do “velho Lau”e irmão deVanessa, que se estreia no Algarve correndo pela Liberty Seguros.

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Joni Brandão está de volta às melhores provas do calendário nacional, com a camisola do Sporting

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