Corpo de Maëlys encontrado num bosque
Sangue no carro leva suspeito a confessar homicídio e dizer onde estava corpo
Foto de Maëlys de Araújo foi divulgada com pedidos de ajuda A descoberta de vestígios microscópicos de sangue na mala do carro de Nordahl Lelandais, um Audi A3, foi o suficiente para que quebrasse o silêncio a que se tinha remetido há seis meses e assumisse que tinha matado a lusodescendente Maëlys de Araújo na noite de 26 de agosto. Lelandais, de 34 anos, era o principal suspeito do rapto da menor e estava em prisão preventiva desde o seu desaparecimento.
A reviravolta neste caso aconteceu depois de as análises policiais ao carro deste tratador de cães terem revelado a presença de sangue, mesmo depois de este ter usado um produto para limpeza de jantes que dificultou a recolha e análise de amostras, que demoraram alguns meses a ser comparadas com o ADN de Maëlys, explicou ontem o procurador de Grenoble, Jean-Yves Coquillat.
Segundo contam os jornais franceses depois da confirmação do ADN, o advogado do principal suspeito pelo desaparecimento da criança de 9 anos reuniu-se com o cliente e depois pediu uma reunião com os responsáveis pela investigação. Nesse encontro terá assumido a culpa pela morte da criança – que disse ter sido acidental – e levou a polícia ao local onde o corpo de Maëlys teria ficado, num bosque a cerca de uma hora de onde esta estava num casamento no dia 26 de agosto – uma quinta na região de Pont-de-Beauvoisin, a cerca de 85 quilómetros de Lyon.
De acordo com o procurador de Grenoble, Jean-Yves Coquillat, que divulgou os desenvolvimentos da investigação em conferência de imprensa, os cães pisteiros encontraram o crânio da menina e as ossadas no Maciço da Chartreuse, a cerca de uma hora do local do casamento. Segundo as informações divulgadas, a morte terá ocorrido perto do local do casamento e mais tarde o corpo terá sido levado para a zona onde foi agora encontrado.
“Nordahl Lelandais disse que matou a criança de forma involuntária e depois voltou para o casamento. Por enquanto, ainda não deu uma explicação sobre as causas da morte de Maëlys”, afirmou Jean--Yves Coquillat. Segundo o procurador “os pais de Maëlys foram avisados em primeiro lugar”. O principal suspeito quer “pedir desculpa”.
A criança estava numa festa de casamento quando foi vista, pela última vez, na sala das crianças. A mãe da menina, prima da noiva, deu por falta da filha quando passavam poucos minutos das três da manhã.
Antes de Nordahl Lelandais ter confessado o crime, os pais da menina não faziam ideia do que poderia ter acontecido a Maëlys de Araújo. Jean-Yves Coquillat revelou que os pais “estavam na pior das situações, na ignorância do que tinha acontecido à criança”. Nesta quarta-feira, souberam que a filha tinha sido morta e que os restos mortais tinham sido descobertos.