Fundação La Caixa promete investir 50 milhões em 2018
Cuidados paliativos e investigação são duas áreas com que a dona do BPI quer iniciar a sua ação social em território português
Artur Santos Silva (ao centro) é responsável pelo plano da La Caixa em Portugal A fundação espanhola La Caixa, dona do CaixaBank e do BPI, vai investir dez milhões de euros em Portugal neste ano em áreas como cuidados paliativos, programas que visam fomentar a contratação de pessoas em risco ou em situação de exclusão e investigação, pretendendo alcançar os 50 milhões, parte de um orçamento global de 520 milhões de euros previsto para 2018.
“Neste ano vamos ter um investimento mínimo de dez milhões de euros em Portugal, mas o objetivo é chegar aos 50 milhões de euros assim que possível”, disse o diretor-geral da fundação bancária La Caixa, Jaume Giró, citado pela Lusa, durante a apresentação do plano de ação social da fundação criada em 1904 em Barcelona, e que marcou o início da sua ação em Portugal.
“Arranca hoje [quarta-feira] um concurso para a mobilização de instituições para uma intervenção poderosa na área dos cuidados paliativos”, anunciou Artur Santos Silva, presidente honorário do BPI. O concurso visa selecionar entidades privadas que deem assistência psicossocial e espiritual a doentes avançados e aos seus familiares, explica o banqueiro, membro da administração da fundação e responsável pelo plano em Portugal.
Neste campo, o objetivo é criar entre sete a 14 equipas de apoio psicossocial e o mesmo número de equipas domiciliárias de cuidados paliativos. Área Metropolitana de Lisboa, Alentejo, Madeira e Açores são as regiões previstas. Em Espanha, onde este projeto já se desenvolve desde 2009, já apoiou 130 mil doentes e 182 mil familiares.
A fundação quer ainda incentivar a investigação nesta área, algo que Artur Santos Silva considerou ser “muito necessária”. Contam atribuir dez bolsas de qualificação de especialistas e criar três “centros de excelência em cuidados paliativos” promovendo a formação.
Só em investigação, a fundação La Caixa estima gastar 12 milhões de euros durante este ano em Espanha e Portugal, verba na qual se inclui uma parceria com a Fundação de Ciência e Tecnologia – que será apresentada hoje – para promover trabalhos sobre doenças cardiovasculares, oncologia, doenças infecciosas e neurociências.
Fomentar a contratação de pessoas em situação de vulnerabilidade é outro dos planos de ação, pelo que a fundação vai “mobilizar” 30 entidades sociais portuguesas em Lisboa, Porto e Coimbra através da iniciativa Incorpora.
Para este ano estão ainda previstas ações de divulgação cultural, começando por levar a exposição A Floresta aos municípios de Viseu, Braga e Portimão. Já no próximo ano, o foco será na problemática da pobreza infantil, adiantou Artur Santos Silva, notando a “presença muito forte” que a iniciativa vai ter.
A fundação vai promover um “projeto especial” para dinamização das regiões transfronteiriças, no qual serão apoiados projetos-piloto com um máximo de três anos. O objetivo é criar ações de prevenção e adaptação a riscos naturais e também consolidar polos de especialização e atrair turistas para o país.