Diário de Notícias

Coligação de Netanyahu sobrevive a corrupção

Partidos aliados ao Likud do primeiro-ministro defendem que este pode continuar em funções até ser condenado em tribunal

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PM israelita (à esquerda na foto) é acusado de receber prendas de milionário­s israelita e australian­o

ABEL COELHO DE MORAIS O primeiro-ministro israelita vai manter-se em funções – pelo menos mais alguns meses. A notícia foi conhecida ontem e resulta do apoio expresso pelos principais partidos coligados no governo com o Likud de Benjamin Netanyahu. Estas formações decidiram adiar uma posição final até ser conhecida a decisão do procurador-geral sobre as acusações de corrupção que pendem sobre o chefe do governo.

O procurador-geral Avichai Mandelblit, nomeado para o cargo por Netanyahu, tem ampla latitude de tempo para decidir se há ou não matéria que justifique um julgamento. A haver, seria a primeira vez que um chefe do governo em funções seria julgado.

Netanyahu é acusado, em casos distintos, de ter recebido prendas luxuosas de milionário­s israelitas e de ter feito um acordo clandestin­o com o responsáve­l de uma publicação para prejudicar outro título.

Na conclusão de uma longa investigaç­ão, a polícia israelita concluiu que o primeiro-ministro, de 68 anos, é culpado de corrupção e de quebra de confiança. Também a mulher de Netanyahu, Sara, poderá ser acusada de corrupção num terceiro caso, referiam ontem os órgãos de comunicaçã­o israelitas. O filho do casal, Yair, enfrenta também um julgamento perante a justiça, ainda num caso distinto dos outros.

Quanto ao chefe do governo, que até hoje venceu quatro eleições, é acusado no designado “caso 1000” de ter recebido subornos de várias pessoas e de, subsequent­emente, ter favorecido os seus interesses. Netanyahu terá tido pagos quartos de hotéis de luxo e recebido caixas de champanhe e charutos de alta qualidade de um produtor israelita baseado em Hollywood, Arnon Milchan, e de um empresário australian­o que opera na área do jogo, James Packer. Em contrapart­ida, Netanyahu terá ajudado o primeiro a obter um visto permanente para os Estados Unidos e uma autorizaçã­o de residência em Israel para o segundo.

Hayom,

Yediot.

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