O violino e a viola da Maria Rocha abrem a 11.ª edição do Festival Rescaldo, na apresentação do seu mais recente trabalho, Beetroot
concerto no Panteão Nacional. Será no domingo, dia 18, pelas 16.30, e a protagonista é a pianista bracarense Joana Gama, que em janeiro protagonizou uma maratona de 14 horas a tocar a peça Vexations do compositor francês Erik Satie, na Fundação Calouste Gulbenkian. Satie volta a estar presente neste recital a solo, para o qual, juntamente com Travassos, escolheu um repertório adequado ao espaço, que inclui o minimalista Morton Feldman e ainda John Cage. “Acho que vai ser um concerto muito especial porque o Panteão tem características acústicas únicas”, refere Travassos. A entrada é gratuita, mediante o pagamento do ingresso no monumento (4 euros). Joana Gama terá duas atuações neste Rescaldo. Antes, no sábado, atua no Pequeno Auditório da Culturgest ao lado das eletrónicas de Luís Fernandes e do violoncelo e da eletrónica de Ricardo Jacinto. Juntos apresentam o projeto Harmonies, álbum editado no ano passado pela Shhpuma, que no dia seguinte poderá também ser ouvido ao vivo no Teatro Circo, em Braga.
A eletrónica tem forte presença na programação, refletindo o muito que se está a fazer nesta área. “Sobretudo em Lisboa, há miúdos, de 16, 17, 18 anos que estão a fazer coisas muito boas.” Mais do que a presença destes novos valores, Travassos programou a combinação de diferentes gerações. É o que acontecerá, por exemplo, no segundo fim de semana, na sexta-feira 23, quando as eletrónicas de Daniel Neves, aka MMMOOONNNOOO, se juntarem com a bateria de Quim Albergaria na garagem da Culturgest. “O Daniel está a criar uma música nova. Quando era miúdo gostava de ouvir metal e isso ainda se ouve na música que está a criar, com um som por vezes mais dark e com beets gordos”, sublinha Travassos. E à sua criatividade junta-se “o músculo da bateria de Quim Albergaria”.
O concerto de encerramento “é uma das maiores apostas e está a gerar grandes expectativas”, sublinha. Será uma colaboração inédita de dois dos mais altos representantes da criação artística musical no Porto. A música dos 10 000 Russos junta-se às criações do compositor Jonathan Uliel Saldanha. “Ninguém sabe exatamente o que se vai passar. Mas eles têm andado a ensaiar muito.” Para ouvir, no dia 24.